Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
internacional precisam iniciar com uma avaliação realista das dificuldades
e dos riscos envolvidos. Começar esse tipo de trabalho é, geralmente, um
processo longo e vagaroso, com muitos obstáculos burocráticos em
ambos os países. Nos países onde não há infraestrutura e estabilidade
política, anos de trabalho podem ser vulneráveis a catástrofes naturais ou
humanas. Em casos extremos, essas situações podem ameaçar a segurança
da equipe de pesquisa ou dos investigadores. Por exemplo, programas
importantes de pesquisa colaborativa em HIV/AIDS construídos ao longo
de muitos anos foram completamente destruídos devido às guerras civis
na Ruanda e no Congo.
Desafios menos catastróficos, porém mais comuns, são as dificuldades
diárias e os riscos à saúde enfrentados por investigadores que trabalham
fora de seus países, podendo variar desde água contaminada e malária até
smog, crimes comuns e acidentes de trânsito.
Outra frustração para pesquisadores em países de baixa ou média renda
é a dificuldade em aplicar seus achados. Mesmo quando novas
estratégias de prevenção ou tratamento de uma doença podem ser
desenvolvidas com sucesso e são comprovadamente eficazes, a falta de
vontade política ou de recursos pode ser um empecilho para sua ampla
aplicação no país onde foi realizada a pesquisa. Os pesquisadores
precisam ser realistas quanto às suas expectativas e direcionar seu
trabalho para a investigação de estratégias que sejam passíveis de
implementação no caso de serem consideradas eficazes. Além disso,
devem estar preparados para advogar pela melhoria da saúde da
população em estudo.

As recompensas


Apesar das dificuldades, há uma necessidade pungente de mais pesquisas
em saúde em muitas partes do mundo. Ao participar de uma pesquisa
internacional, um investigador de um país doador pode exercer um
impacto muitas vezes maior e mais imediato em termos de saúde pública
do que faria se mantivesse suas atividades entre quatro paredes na sua
instituição acadêmica. Esse impacto emana não apenas da própria
pesquisa, mas também daquilo que é muitas vezes denominado
diplomacia em saúde global. De fato, a saúde é agora vista como uma
grande força motriz para as prioridades de políticas de relações exteriores
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