Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
participar e que, no lugar deles, os investigadores aceitaram moradores
nessa faixa etária que não estavam na amostra selecionada e se
voluntariaram para participar no estudo (1).
Visto que as pessoas as quais aceitam participar são em geral mais
saudáveis do que as que não aceitam, principalmente se forem
voluntárias, as características da amostra real certamente diferem das da
amostra pretendida. Nenhuma amostragem é livre de erros; o essencial, no
entanto, é saber se eles são de magnitude suficiente para levar a uma
resposta incorreta para a questão de pesquisa. Os erros de amostragem
desse estudo não parecem ser grandes o suficiente para invalidar a
conclusão de que as relações de risco observadas no estudo – por
exemplo, que a hipertensão é um fator de risco para doença coronariana –
podem ser generalizadas para todos os residentes de Framingham.
Então, o investigador deve considerar a validade de generalizar o
achado de que a hipertensão é um fator de risco para doença coronariana
nos adultos de Framingham para populações-alvo de outras partes do
mundo. Essa inferência é mais subjetiva. A cidade de Framingham foi
selecionada não a partir de uma estratégia científica de amostragem, e sim
por ser uma típica cidade com população branca de classe média dos
Estados Unidos e por ser conveniente para os investigadores. A validade
de generalizar os resultados para outras populações baseia-se no conceito
de que, em geral, estudos analíticos e ensaios clínicos sobre relações
biológicas produzem resultados mais amplamente generalizáveis do que
estudos descritivos sobre distribuições de características. Portanto, a força
da associação entre hipertensão e doença coronariana é similar nos
residentes brancos de Framingham do que em populações negras norte-
americanas de baixa renda; no entanto, a prevalência de hipertensão é
muito maior nesse segundo grupo.

Passos no delineamento de um protocolo para obtenção dos
sujeitos do estudo


As inferências da Figura 3.2 são apresentadas da direita para a esquerda,
sendo essa a sequência usada para interpretar os achados de um estudo já
finalizado. No entanto, o investigador que está planejando um estudo
inverte essa sequência, começando do lado esquerdo da figura (Figura
3.3). Ele começa especificando características clínicas e demográficas da
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