medida representa adequadamente os fenômenos de interesse. Por
exemplo, medidas da creatinina e da cistatina C séricas, dois compostos
excretados pelos rins, podem ser igualmente acuradas (isto é,
distanciando-se em até 1% do valor verdadeiro), mas a cistatina C pode
ter maior validade como medida da função renal porque os níveis da
creatinina são também influenciados pela quantidade de massa muscular
(7). Na Figura 4.2, podemos pensar na validade como descrevendo se o
centro do alvo é onde realmente queremos mirar.
Muitas vezes não é possível avaliar a validade por meio de um padrão-
ouro, especialmente no caso de fenômenos subjetivos e abstratos, como
dor ou qualidade de vida. Cientistas sociais desenvolveram construtos
qualitativos e quantitativos para avaliar a validade dessas medidas.
- Validade de conteúdo avalia a capacidade da aferição de representar
todos os aspectos dos fenômenos sob estudo – por exemplo, incluindo
questões sobre o funcionamento social, físico, emocional e intelectual
para avaliar a qualidade de vida. - Validade aparente (face validity) descreve se as aferições parecem
razoáveis, como no caso da aferição da dor usando uma escala de 10
pontos ou da classe social por meio da renda familiar. - Validade de construto refere-se à capacidade de uma aferição de se
encaixar dentro da concepção teórica (construto) sobre o fenômeno em
estudo; por exemplo, um teste de QI deveria distinguir entre pessoas
que, segundo a teoria ou outras medidas, teriam níveis diferentes de
inteligência. - Validade preditiva refere-se à capacidade da medida de predizer a
ocorrência futura de um desfecho, por exemplo, a capacidade de um
questionário desenvolvido para avaliar depressão em predizer a perda
do trabalho ou o risco de suicídio. - Validade de critério é o grau em que a medida se correlaciona com
medidas já existentes e bem aceitas.
A abordagem geral para medir fenômenos subjetivos e abstratos inicia
com uma revisão da literatura e uma consulta a especialistas para localizar