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E
la não tem a arquitetura de Mu-
nique nem as catedrais de Co-
lônia. É uma cidade moderna, rica
e organizada, com grandes bancos
e empresas de telecomunicações.
Seu caráter financeiro, porém, não
faz dela um lugar entediante. Düs-
seldorf encanta pelo alto astral. Bas-
ta chegar à beira do Rio Reno, que
é tomada por bares de longas mesas
coletivas, onde turistas se misturam
aos engravatados que acabaram de
sair do trabalho, para entender o
porquê. E tanto faz se for sábado
ou segunda-feira, verão ou inverno,
será difícil encontrar mesa vaga.
Pois se tem uma coisa que as pessoas
fazem em Düsseldorf é ir ao bar.
Depois que o relógio marca seis
da tarde, poucas cidades na Alema-
nha são tão alegres quanto ela. Na
Altstadt, o bairro histórico, as ruas
estreitas exclusivas para pedestres
são todas dos bares e restaurantes
que disputam cada centímetro de
espaço para colocar as mesas ao ar
livre. A quantidade de bares é im-
pressionante, tanto que a Altstadt
de Düsseldorf ganhou fama entre
os boêmios de toda a Alemanha. A
esquina mais alegre é a Berger com
a Rheinart, onde está a centenária
cervejaria Uerige, cujo batalhão de
garçons passeia pelas ruas com as
bandejas cheias do célebre chope
Altbier, típico de lá, para servir os
clientes que se espalham pelas cal-
çadas e até na mureta da pracinha
em frente.
Com 600 mil habitantes, pe-
quena para padrões brasileiros,
Düsseldorf tem diversas linhas de
metrô e bonde. Na construção do
metrô, aliás, em 1950, os alemãeschegaram a mudar de lugar o edi-
fício histórico da loja de departa-
mentos Carsh-Haus, a mais chique
da cidade, cheia de marcas de grife.
Os engenheiros enumeraram as pe-
dras do edifício e o remontaram
idêntico a 20 metros de distância.
Só um povo muito metódico como
o alemão poderia fazer algo assim.
A Carsh Haus fica na Königsallee,
a rua de 1 km de extensão onde
está o fino do comércio. É uma das
ruas de compras mais caras da Ale-
manha. Se quiser comprar um terno
de dez mil euros, é só correr pra lá.
O lado mais moderno de Düs-
seldorf fica no bairro de Mediaha-
fen, antiga região portuária que foi
revitalizada há 30 anos e ganhou
prédios de arquitetura futurista:
torres com paredes de vidro, edi-
fícios curvos e espelhados. O que
mais chama a atenção é o monu-
mental Neuer Zollhof, do arquiteto
Frank Gehry. Falta um pouco de
vida nas ruas do bairro, é verdade,
mas os fãs de arquitetura moderna
vão adorar o passeio.EUROPA alemanha
DüSSelDorf
Tudo muda depois das 18 h
Mediahafen, o lado moderno de DüsseldorfOs bares à margem do Rio Reno
FOTOS:TALESAZZI