Viaje Mais - Edição 189 (2017-02)

(Antfer) #1
VIAJE MAIS^71

Q


uando começou a Segunda
Guerra Mundial, os alemães
retiraram os vitrais e as esculturas
de pedras do interior da Igreja de
Nossa Senhora, no centro histórico
de Nuremberg, e os guardaram em
um bunker. Eles sabiam que os
bombardeios poderiam destruir a
riqueza da mais imponente igreja
da cidade. Não deu outra. Nurem-
berg foi quase aniquilada. Ao final
da guerra, era só ruínas. Destruí-la
foi uma questão simbólica para os
Aliados. A cidade era queridinha
do partido nazista. Nela, Hitler fez
comícios lendários e grandes des-
files militares. Aos derrotados, cou-

be o trabalho da reconstrução. Em
apenas 20 anos, porém, Nuremberg
estava de pé novamente. Os alemães
ainda tiveram o cuidado de seguir
as regras da arquitetura original:
cores, alturas e estilos. Até a popular
loja de departamentos Kaufhof res-
peitou as medidas e fez dois andares
subterrâneos para não ultrapassar
a altura máxima permitida.
O resultado é que Nuremberg
se transformou em uma cidade me-
dieval novinha em folha, com um
lindíssimo conjunto de casas enxai-
mel, imponentes igrejas góticas de
pedras e um castelo no topo do
morro. Tudo isso cercado por es-

pessas muralhas com cerca de mil
anos de história. Por volta de 1975,
a Igreja de Nossa Senhora ficou
pronta, igualzinha ao que era, com
os mesmos vitrais e esculturas que,
por anos, ficaram protegidos no
bunker, esperando pelo momento
da reconstrução.
A rota do visitante, ao passar
pelo pórtico da entrada da cidadela
amuralhada, é uma linha reta, se-
guindo a rua König. Ela leva direto
à Igreja de São Lourenço e, logo
adiante, à igreja de Nossa Senhora,
onde todos os turistas se encontram
ao meio-dia para ouvir o badalar
do relógio de 1509, com sua curiosa

     


Renascida das cinzas


A comida típica no restô Helig Geist Spital Brinde diante da praça Tiergärtener


FOT

OS:

TA

LES

AZZ

I
Free download pdf