Viaje Mais - Edição 189 (2017-02)

(Antfer) #1
camada de mata atlântica, inacre-
ditavelmente protegida da especu-
lação imobiliária durante décadas.
A preservação das praias de Ita-
caré deve-se às fazendas de cacau
que floresceram na região a partir
do final do século 19. O fruto doce
do chocolate precisa da sombra de
outras árvores para crescer, o que
ajudou a manter grande parte da

mata nativa. Quando a praga da
vassoura de bruxa destruiu quase
todas as plantações de cacau, nin-
guém ainda falava em praias por
ali. Nem era possível chegar a elas,
pois ficavam cercadas pela mata e
dentro de propriedades particula-
res. Hoje, quem chega às praias da
Engenhoca, Havaizinho, Camboi-
nha, Arruda, Siriaco e Prainha, que
permanecem quase tão selvagens
quanto nos tempos dos coronéis
do cacau, custa a acreditar que ainda
existam paraísos assim no concor-
rido litoral baiano.
Houve quem tentasse mudar es-
sa escrita. Em 2004, um grupo por-
tuguês chegou a construir um resort
na selvagem Praia da Engenhoca,
a despeito dos protestos dos mo-
radores da cidade. O Warapuru Re-
sort foi projetado para ser o pri-
meiro hotel seis estrelas do País, ti-
do, na época, como um dos maiores
empreendimentos hoteleiros do
mundo. Cerca de 180 milhões fo-
ram gastos na obra. Mas devido a

Banho De rio e mar


D


o alto dos morros, escorrem
diversos riachos cristalinos de
forma que é possível combinar, numa
só tarde, banho de cachoeira e de
mar. A Cachoeira do Tijuípe (acima)
é a mais visitada, com entrada próxima
de Itacarezinho e um restaurante
anexo. A Cachoeira da Usina fica
próxima à Praia do Jeribucaçu e é
cercada pela mata, sem qualquer infra.

O “baba” (futebol) dos
nativos na areia da
Praia da Coroinha
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