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Banco Central do Brasil

Revista Época/Nacional - Noticias
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - COAF

envolvendo apreensão de drogas com amigos do filho
do ex-procurador inspirou mais uma fake news
produzida por Bolsonaro.
Nos últimos meses, ÉPOCA vem mostrando como o
Planalto está mobilizado para blindar Flávio a qualquer
custo. Em outubro, uma reportagem revelou que os
advogados do senador, Luciana Pires, Juliana
Bierrenbach e Rodrigo Roca, se reuniram com
Bolsonaro, o general Augusto Heleno, ministro do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Alexandre
Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin), para tratar irregularidades supostamente
cometidas pela Receita Federal nas apurações
envolvendo o senador. Em dezembro, nova reportagem
descobriu que a Abin elaborara dois relatórios informais
para orientar a defesa de Flávio, apontando a existência
de uma organização criminosa no Fisco. Depois de
pressão intensa de partidos de oposição, a
Procuradoria-Geral da República abriu investigação
para apurar os episódios.


A defesa de Flávio Bolsonaro vem tentando anular
documentos do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) que apontaram, em 2018,
movimentações bancárias atípicas de integrantes do
gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio,
entre eles Fabrício Queiroz. Na última terça-feira, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou mais uma vez
a análise de recursos que buscam o mesmo efeito
conquistado recentemente pelo ex-advogado de Flávio,
Frederick Wassef, no Tribunal Regional Federal da 1ª
Região. A Justiça considerou haver desvios de conduta
do Coaf na produção de relatórios sobre
movimentações financeiras atípicas de Wassef. Em
junho do ano passado, logo após a descoberta de que
Fabrício Queiroz estava escondido no sítio do advogado
em Atibaia, foram expostos repasses milionários para
suas contas, como os da Globalweb, empresa da ex-
mulher de Wassef, Cristina Boner, que recebeu R$ 41,6
milhões do governo federal durante o mandato de
Bolsonaro.


Tamanha exposição negativa fez Wassef sair da linha
de frente da defesa de Flávio. O advogado, contudo,
ainda mantém contato com o senador, como flagrou a


TV Globo no último dia 22 em voo de São Paulo para o
Rio de Janeiro. Mas o protagonismo para traçar
estratégias é agora do trio Luciana Pires, Juliana
Bierrenbach e Rodrigo Roca, especialmente da
primeira, por sua destreza ao circular nos meios
políticos e jurídicos do Rio e de Brasília.

A desenvoltura de Pires gerou, há duas semanas, uma
guerra verbal entre ela e o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, rival
declarado de Jair Bolsonaro. Irritado com a
possibilidade de a advogada de Flávio candidatar-se a
uma vaga de desembargadora no Tribunal de Justiça do
Rio pelo quinto constitucional, Santa Cruz disparou:
“Não há qualquer chance de essa advogada de porta de
cadeia entrar em uma lista da OAB”. Negando que vá
disputar, Pires rebateu dizendo que Santa Cruz se
comportava como “um mafioso”.

Noves fora as farpas trocadas na advocacia carioca e o
jogo de pressões pré-nomeação de Luciano Mattos para
o comando do MP do Rio, o trio de advogados de Flávio
tem buscado um relacionamento mais sereno com a
nova administração. Na semana passada, Juliana
Bierrenbach encontrou Marfan Vieira Martins. Falaram
de um cliente seu que não era o senador e dos 70 dias
em que o ex-procurador-geral de Justiça ficou em coma
por complicações causadas pela Covid-19. Não há
problema no fato de membros do Ministério Público do
Rio terem relações institucionais com advogados e
políticos. Indesejável seria o retorno a uma instituição
que, a partir desses relacionamentos, deixasse de
cumprir seu papel fiscalizador como na era da
roubalheira promovida pelo ex-governador Sérgio
Cabral.

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