Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Época Negócios/Nacional - Entrevista
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - B3

Clique aqui para abrir a imagem

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: DANIELE MADUREIRA E MARCOS
CORONATO


DERRETER PADRÕES E FAZER UM NEGÓCIO
SECULAR SE TORNAR PERMEÁVEL A UMA NOVA
MENTALIDADE TÊM SIDO O DESAFIO DIÁRIO DE
GUSTAVO WERNECK, CEO DA GERDAU


O CLÁSSICO CAFÉ COM PÃO DE QUEIJO deixou de
fazer parte do cotidiano do mineiro Gustavo Werneck
entre 2014 e 2015, período em que ele assumiu a
direção da Gerdau na índia. Mas o executivo logo
aprendeu a apreciar o chai, o tradicional chá indiano,
que até hoje toma com gosto. Outra influência indiana
se tornou importante na vida de Werneck, engenheiro
mecânico de 47 anos, primeira pessoa fora da família
Gerdau a assumir o comando do grupo, em 2018. Trata-
se do mentor Subramanian Rangan, professor da escola
de negócios francesa Insead e um dos grandes nomes
globais em estratégia e liderança. Rangan defende uma
combinação indispensável de “performance e
progresso”. “Para acelerar o progresso, é preciso
garantir a performance atual, equilibrar as duas coisas”,
explica Werneck, entusiasta do tema inovação.


Na ponta do progresso está a Gerdau Next, braço de
novos negócios da siderúrgica, lançado no ano
passado. A missão da unidade é ir além do aço e fazer
com que, até 2030, 20% das receitas do grupo venham
de negócios que ainda não existem ou que hoje são
incipientes. No final de 2020, o grupo comprou 30% da
Brasil ao Cubo, uma construtech dedicada à construção
modular off-site (fora do canteiro de obras), reduzindo
tempo e custos do projeto.

A Gerdau Next também investe em alternativas ao uso
do aço, como o grafeno — material cerca de 200 vezes
mais forte e seis vezes mais leve que a liga metálica. A
aposta é que o grafeno será a matéria-prima do futuro
nos segmentos automotivo, industrial e de construção
civil. O grupo investe ainda no mercado de energia
limpa — setor do qual já participa por meio da Gerdau
Summit, fornecedora de peças para a geração de
energia eólica.

Um dos maiores desafios de Werneck é transformar a
centenária Gerdau em uma empresa que toma decisões
orientada pelos dados. Cliente da SAP no Brasil desde
1995, a Gerdau um dia percebeu que acumulava dados
demais — mas que estes serviam para quase nada.
“Fizemos um enorme trabalho de estruturação dos
dados. Em 2021, vamos ser uma empresa data driven”,
anuncia o engenheiro, que começou na Gerdau em
2004 e hoje sente falta do chão de fábrica. Na entrevista
a seguir, ele conta como pretende levar a cabo essa e
outras inovações na Gerdau — mas sem perder de vista
o passado glorioso da companhia. “De vez em quando,
coloco a botina para acompanhar de perto a produção
de aço”, afirma o executivo, que sonha com os pés no
chão.

ÉPOCA NEGÓCIOS A crescente adoção do conceito
ESG /critérios que ditam a governança ambiental, social
e corporativa/ por investidores tem mudado o nível de
cobrança sobre os principais executivos, para além dos
Free download pdf