Banco Central do Brasil
Revista Isto é/Nacional - ENTREVISTA
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
verbas para que possam atender melhor a população de
seus estados”, disse Nogueira, em entrevista exclusiva
à ISTOÉ.
Como estão as tratativas para filiar Bolsonaro ao PP?
Temos uma vontade muito grande de que o presidente
venha, mas ele tem uma dúvida muito grande, não
podemos negar, de ir para um partido estruturado, ou se
filiar a um partido pequeno onde ele possa colocar
pessoas no comando. Todas essas questões têm seus
prós e contras. Se ele vier para o PP, o partido que mais
cresceu na última eleição municipal e que tem grande
sintonia com a população, ele vai ter mais tempo de TV,
mais recursos para a campanha. Se ele for para um
partido menor, não sei como as pessoas vão reagir a
isso. Pelo menos na última eleição municipal, as
pessoas deram a demonstração que não votaram em
políticos inexperientes. Esse é o perfil da próxima
eleição. E Bolsonaro não é mais uma surpresa, como foi
em 2018. Se estivesse no lugar dele, iria para um
partido mais estruturado como o PP.
O Progressistas está disposto a se transformar em uma
legenda de aluguel da família Bolsonaro?
Estaríamos dispostos a receber todas as pessoas que
estão ao lado do presidente. Agora, se eu disser para
você que já temos uma bandeira, lógico que vamos ter
de nos adequar, colocando como prioridade a eleição
do presidente. Não vou negar que é mais fácil para o
presidente ir para um partido menor em que ele possa
entregar o comando nos estados aos seus
correligionários.
Quem seria um nome do PP para vice nessa disputa?
Essa discussão de vice é impossível de o presidente
resolver agora. Se eu estivesse no lugar dele, acho que
essa questão só deveria ser resolvida nas convenções
do próximo ano. Eu defendo que essa escolha seja de
um nome de total confiança do presidente, que dê
estabilidade a ele e que não seja uma pessoa que
depois vá conspirar contra ele.
Arthur Lira jamais vai ser subserviente a Bolsonaro. O
que o governo sugerir vai tramitar na Câmara, mas com
toda a independência
O general Hamilton Mourão foi uma escolha errada?
Eu não digo que foi uma escolha ruim. Eu tenho uma
admiração muito grande pelo Mourão, mas foi uma
escolha de última hora. As pessoas passaram a
conhecer mais o que ele pensa somente agora. É uma
avaliação que o presidente tem de fazer mais para a
frente.
Esse apoio passa pelo presidente colocar o PP na
Esplanada dos Ministérios?
A participação de partidos no governo não é uma
questão que atinge só o Brasil. É no mundo inteiro.
Desde que Bolsonaro assumiu, em momento algum
disse que iria entregar cargos ao PP, como aconteceu
no passado, em que a gente pegava ministérios de
porteira fechada. Isso aconteceu no governo Temer, no
governo Dilma e no governo Lula. No governo
Bolsonaro não está sendo assim. O presidente deixou
bem claro que não iria entregar cargos aos partidos
políticos em barganha por apoio no Congresso. E nós
começamos a apoiar o presidente muito antes de
recebermos cargos no governo.
O PP trabalha para ter alguém do seu partido no
comando de algum desses ministérios em negociação?
Ninguém iria acreditar se eu dissesse que não ficaria
feliz em ter um correligionário nosso em um ministério.