Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - ENTREVISTA
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

do meu estado. É assim que os deputados e senadores
vão fazer este ano.


Até que ponto o conservadorismo do PP se transforma
em uma direita radical?


Eu não considero o Progressistas um partido de direita
radical. O que eu falo é que o partido é conservador. As
conquistas trabalhistas e as conquistas da sociedade
muitas vezes levam as pessoas a pensar que o
conservadorismo é de elite, e não é não. O Nordeste,
por exemplo, até recentemente muita gente achava que
a região tinha um perfil de esquerda, e não é verdade. O
Nordeste não era petista. Tinha uma identificação muito
grande com o ex-presidente Lula. Mas o Nordeste
mudou esse perfil.


A era Lula acabou?


Acho que sim, até porque o próprio ex-presidente Lula
deixou de ter uma expectativa de poder. Aqui no
Nordeste ninguém era petista. As pessoas eram lulistas.
O presidente Bolsonaro também tem essa identificação
com as pessoas do Nordeste.


Aqui no Nordeste ninguém era petista. As pessoas eram
lulistas. E agora se identificam também com o
presidente Jair Bolsonaro
Para que essa popularidade se mantenha, o senhor
acha fundamental a ampliação do Bolsa Família ou a
extensão do auxílio emergencial?


O que determina a popularidade do presidente é a
economia. Se a economia está bem, o presidente está
bem. Se na época da eleição a economia estiver bem, é
impossível não se pensar na reeleição. Essa questão do
auxílio emergencial, eu defendo, o Lira defende, todos
no Congresso defendemos. Defendo que seja feita uma
ampliação do Bolsa Família, se aumente o número de


quem recebe a ajuda, mas o Bolsa Família precisa ter
uma porta de saída. Não pode ter só uma porta de
entrada. Temos que dar condições para que as pessoas
que dependam desse auxílio possam se capacitar e
deixar de continuar dependendo desse auxílio. É
fundamental que esse novo programa, que está sendo
estudado pelo governo, tenha esse perfil.

De onde sairão os recursos para a criação do
programa?

O Progressistas tem uma proposta sustentada em duas
fontes de receita. A primeira viria das empresas que
praticamente não pagam imposto no Brasil. A Netflix,
por exemplo, e todas essas plataformas de streaming
que não pagam impostos no país, como a Amazon ou o
Google, poderiam ser uma das fontes de renda.
Precisamos encontrar uma forma para tributar essas
empresas que hoje não pagam praticamente nada. Essa
é uma grande fonte que poderia pagar o novo auxílio
emergencial. Se isso não for suficiente, eu defendo que
se diminua a desoneração do nosso país. Para bancar o
Renda Brasil, basta diminuir 5% da desoneração do
nosso País.

O ministro Paulo Guedes já tentou no ano passado a
criação de um novo imposto sobre as transações
digitais e não conseguiu. Vai conseguir agora?

Eu defendo que sejam tributadas as empresas que não
pagam tributos. Se isso não for suficiente, vamos para a
desoneração.

Já encaminharam essas sugestões ao Ministério da
Economia?

O Ministério da Economia tem sido muito sensível às
demandas sociais. Guedes sabe que é necessário
recriar o auxílio emergencial e tem noção do que
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