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ARTIGO - O País precisa de Rodrigo — em latim


Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - Artigos
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

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Autor: Antonio Carlos Prado


Com honradez, responsabilidade, probidade e boa dose
de acanhamento, Rodrigo Maia ocupou o cargo de
presidente da Câmara dos Deputados ao longo de


quatro anos, seis meses e dezenove dias, o que lhe dá
o recorde de parlamentar mais longevo na função, de
forma ininterrupta, desde a redemocratização do Brasil,
em 1985.

Maia chorou duas vezes copiosa e publicamente, e
nisso não houve manha política: a primeira foi quando
da aprovação da reforma da Previdência, a segunda no
momento em que se despediu e entregou o comando da
Casa ao deputado federal bolsonarista Arthur Lira.
“Doutor Diretas Já” Ulisses Guimarães entrou para a
história nesse mesmo cargo, que ocupou entre 1985 e
1989, com a promulgação de nossa Constituição
Cidadã, uma das mais avançadas do mundo nas
garantias fundamentais à dignidade humana. Maia
perdeu a chance de se elevar ao mesmo patamar de
Ulisses. Poderia ter ganho o título de melhor presidente
da Câmara se tivesse mandado para casa o pior
presidente do Brasil.

Com pelo menos sessenta e um pedidos de
impeachment nas mãos (é claro que alguns não se
prestam nem para retirar síndico de condomínio, mas,
certamente, muitos outros tem sólida base porque foram
chancelados por acadêmicos e juristas), Maia manteve-
se paralisado e não tentou livrar os brasileiros de um
presidente negacionista. Ele deveria ter reagido de
forma definitiva já no começo das tentativas golpistas,
quando Jair Bolsonaro endossou manifestações que
pediam o fechamento das Casas Legislativas, do
Supremo Tribunal Federal e o retorno da ditadura militar
que tanto torturou e matou — ditadura contra a qual
“doutor” Ulisses Guimarães sempre lutou, enfrentando
baionetas e cães e bombas de gás. Maia preferiu,
politicamente, soltar protocolares notas de repúdio a tais
atos bolsonaristas, algumas delas somente no dia
seguinte.

Maia poderia ter dado uma força para que ocoresse
uma faxina no Poder Executivo. Optou por não fazê-la.
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