Banco Central do Brasil
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
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Autor: Jaqueline Mendes e Paula Cristina
Orquestrada pelo ex-ministro Henrique Meirelles,
economia paulista engata a primeira e cresce 0,3% em
2020, ano em que o Brasil encolheu cerca de 4,4%.
Olha ele aí de novo. É só chamar que o homem vem.
Quando bate o desespero, meu amigo não tem erro,
esse homem é ligeiro, é só chamar que ele vem...” Um
dos trechos do jingle da campanha de Henrique
Meirelles à presidência da República, em 2018,
enfatizava as habilidades do economista, ex-presidente
do Bank Boston, do Banco Central e ex-ministro da
Fazenda. Uma das marcas de sua carreira era a
capacidade singular de resolver problemas, apagar
incêndios e gerenciar crises econômicas. Qualquer
semelhança com a realidade de hoje no País não é
mera coincidência. À frente da economia paulista e
braço-direito do governador João Doria, Meirelles é o
nome mais chamado no gabinete principal do Palácio
dos Bandeirantes, de onde ajuda a definir os rumos do
estado mais populoso, mais industrializado e que
responde por 32% da economia nacional.
Como já comprovou o ex-presidente Lula, que convidou
Meirelles para trocar o Bank Boston pelo Banco
Central, chamar o goiano nascido em 1945, em
Anápolis, é algo que dá resultado. A despeito da crise
causada pela pandemia da Covid-19 e da inevitável
paralisação da atividade econômica durante meses, São
Paulo se descolou do Brasil e registrou crescimento de
0,3% em 2020, de acordo com dados preliminares do
estudo PIB +30, da Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (Seade). No mesmo período, o
Produto Interno Bruno (PIB) do Brasil encolheu cerca de
4,4%, segundo projeção do Banco Central. Os
números oficiais serão divulgados apenas em maio pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando apenas o terceiro trimestre de 2020,
período com números já consolidados, São Paulo
cresceu 9,4%, contra 7,7% do PIB brasileiro. O que faz
o estado crescer acima da média? O teorema de
Meirelles consiste, basicamente, em manter um cenário
favorável ao investimento. A primeira etapa desse
processo tem sido a desburocratização, especialmente
com foco na agilização dos processos de registros e de
abertura e fechamento de companhias, até a
simplificação tributária. Segundo Meirelles, a Secretaria
da Fazenda criou uma força-tarefa para acelerar a
digitalização dos procedimentos tributários.
Em outro front, o governo acelerou a abertura de
licitações para o investimento nacional e internacional
de capital privado na infraestrutura. “Temos uma série
de licitações já programadas. Uma delas de grande
porte e sucesso feita em 2020 foi a maior concessão
rodoviária da história do País, a estrada Piracicaba-
Panorama”, afirmou Meirelles à DINHEIRO. A licitação
foi vencida por um consórcio internacional com
investidores como o Fundo Soberano de Singapura. Na
avaliação de Sérgio Mendes Sá, doutor em
macroeconomia e docente brasileiro na Universidade de
Oxford, a postura do governo de São Paulo destoa de
outras gestões, inclusive dentro do próprio PSDB.
“Acredito que haja uma força-tarefa mais clara com o