Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Capa
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
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objetivo de atrair recursos”, disse. O acadêmico, que
leciona desenvolvimento regional da América Latina,
afirmou que há muito interesse internacional em ativos
brasileiros, mas eles esbarram na burocracia inserida
nos próprios estados. “O primeiro passo é se aproximar.
E isso significa chegar ao investidor, abrir escritórios e
buscar negócios, não apenas esperar que eles batam à
porta.”


MISSÕES INTERNACIONAIS


Segundo Meirelles, esse movimento já acontece desde
2019 em São Paulo. O governador Doria e ele
estiveram em diversas regiões do mundo para uma
série de visitas. “Tivemos extensas conversas com
acionistas de grandes empresas e investidores em
geral, apresentando os projetos de São Paulo e as
oportunidades de investimentos”, afirmou. Em Munique,
na Alemanha, o governo paulista prevê abrir um
escritório da agência de fomento InvestSP, assim como
já fez em Xangai (China) e em Dubai (Emirados
Árabes).


Para sustentar a atratividade mesmo em tempos de
pandemia, Meirelles encabeçou a criação do plano
Retomada 21/22, que passa por medidas de
investimentos em infraestrutura e incentivo à geração de
emprego e renda (confira os detalhes no infográfico). “O
melhor programa social é a geração de emprego”,
afirmou. Faz parte desse programa a criação de 14
polos de produção baseados no conceito americano de
clusters, que coloca na mesma região empresas do
mesmo segmento. A ideia é facilitar a logística da
cadeia de suprimentos e o acesso a mão de obra
especializada. O resultado, segundo o secretário, será
sentido já este ano. “Com a vacinação, prevemos um
crescimento de mais de 5% para 2021, o que é um
resultado forte para um ano de retomada”, disse.


Defensor de que cada estado faça sua gestão para
crescer sem depender da União, Meirelles afirmou que


existe uma limitação definida pela estrutura federalista
do País. Os governos estaduais não podem emitir títulos
da dívida. Em função disso, o estado tem que se ater
rigorosamente à sua capacidade arrecadatória. “É um
ponto importante a ser levado em conta, principalmente
em momentos de crise como esta pandemia, em que o
setor público tende a ter déficits.” Na visão dele, sem a
possibilidade de emissão, caberá aos governadores e
seus secretários criarem soluções para enxugar custos
e garantir espaço no orçamento para que a máquina
pública não pare.

O compromisso com a redução de gastos rendeu a
Meirelles resultados positivos em todos os seus cargos
públicos. Mesmo assim, não o ajudou em sua maior
pretensão política, a de ser presidente da República.
Dono da segunda maior fortuna entre os candidatos na
última corrida eleitoral (atrás apenas de João Amoedo,
do Partido Novo), os ex-banqueiro teve apenas 1,2%
dos votos no primeiro turno, menos de 1,3 milhão de
eleitores. Agora, outro fator tem pesado na imagem de
Meirelles: a alta do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), anunciada em plena
crise econômica. Em janeiro, Doria determinou o fim da
isenção e dos benefícios de redução do imposto a uma
lista formada por uma centena de produtos que
pagavam uma alíquota menor que o padrão do estado,
de 18%. São desde artigos industriais, como peças e
equipamentos, até móveis, materiais de construção,
calçados, combustíveis, artigos de higiene e de saúde,
além de alguns alimentos, como carnes e queijos. Pelos
cálculos da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), a medida deve provocar alta no preço
final para consumidores que pode chegar a 13,6%. A
entidade está tentando derrubar a medida na Justiça. “A
medida foi uma decepção para os contribuintes do
estado”, afirmou a Fiesp.

Coordenador do programa de políticas fiscais do estado
de São Paulo durante a gestão de José Serra, em 2007,
Juscelino Gomes afirmou que a isenção foi definida em
um contexto diferente do atual. “Queríamos tornar
competitiva a atividade no estado, já que havia uma
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