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MARCOS COIMBRA - Sem conversa fiada


Banco Central do Brasil

Revista Carta Capital/Nacional - Marcos Coimbra
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Não informado


Ao contrário do que talvez parecesse inevitável para
quem acompanha a mídia brasileira, Jair Bolsonaro não
caiu há duas semanas e não se tornou favorito a vencer


a próxima eleição na semana seguinte. Apesar do
agravamento da crise sanitária, nada de fundamental
mudou naquilo que as elites querem dele e nada vai
mudar na opinião pública em razão das escolhas dos
presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Bolsonaro não esteve perto de sofrer um processo de
impeachment, porque, conforme nos mostram todo dia,
o que realmente interessa às nossas elites é o
barulhinho do dinheiro a pingar na caixa registradora.
Enquanto acreditarem que vão continuar a enriquecer,
não dão a mínima importância a outras coisas. No
máximo, ficam desconfortáveis com a falta de modos e
a breguice do ex-capitão.

Mortes e doentes entram em seus radares, mas
estritamente como números para elaborar cenários. Se
morrer gente demais, quem vai trabalhar e fazer
funcionar a máquina de produzir lucros? Os muito ricos
do nosso País, os banqueiros e operadores do mercado
financeiro, os altos poderes da República, os militares e
os bilionários da mídia, em seu comportamento, não são
muito diferentes do ex-capitão Bolsonaro, em sua
sociopatia e insensibilidade. Como ele, acreditam que
todo mundo vai morrer mesmo e que não há motivo
para tanto cuidado e cautela.

Afundamos em uma crise de saúde pública sem
precedentes, com um idiota na Presidência e outros a
zurrar ao redor. Sua condução da pandemia, ridícula
desde o começo, tornou-se dramática na incompetência
com que lidam com a falência do atendimento médico e
os estrangulamentos da vacinação. Pergunta: isso
muda alguma coisa no modo como a elite se comporta
em relação ao governo? Não. Como disse o
inacreditável presidente do Supremo Tribunal Federal, o
impeachment de Bolsonaro “seria um desastre para o
País”.
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