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COLUNA NOTA DO EDITOR


Banco Central do Brasil

Revista Conjuntura Econômica/Nacional - Nota do
Editor
terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Cláudio Conceição


O ano começou com a esperança de que a vacinação,
iniciada em alguns países ainda em dezembro,
mudasse o trágico panorama vivido em 2020. Em certa


medida, o surgimento da vacina é um potente fator para
debelar a pandemia. No entanto, uma segunda onda, a
lentidão da vacinação pelo mundo e, o mais grave, a
falta de vacinas para dar vazão à grande demanda
derrubaram por terra uma recuperação mais acelerada
da atividade econômica num espaço de tempo mais
curto. Devemos conviver com um primeiro trimestre de
contração, especialmente no setor mais afetado pela
pandemia, o de serviços, que no Brasil tem um enorme
peso, de 63% no PIB. A matéria de capa desta edição
traça uma radiografia das dificuldades desse setor no
país, e a falta de perspectiva de uma volta à
normalidade. A tendência é de fechamento de mais
empresas e perda de novos empregos. E sem uma
recuperação vigorosa do setor de serviços, a economia
brasileira, que já sofre de problemas estruturais que se
arrastam por anos, não alçará voo.

A Carta do IBRE traz um exercício importante sobre
como se comportou o setor nesse período de pandemia,
em comparação aos períodos de recessão datados pelo
Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), do
FGV IBRE. Olhando pelo lado da oferta, “7 meses após
o início da recessão de 2020, o setor de serviços havia
recuperado 84% das perdas iniciais, registrando na
mediana das nove recessões anteriores um avanço de
128%, também no sétimo mês após o início. O resultado
histórico tão expressivo se deve, em parte, ao fato de
que o setor costuma perder muito pouco durante
recessões. Na mediana das nove recessões anteriores,
a perda de PIB dos serviços foi de apenas 1,8%, contra
expressivos 11% em 2020. Para fins de cotejamento, a
indústria recuou, em termos medianos, 11,9% nas
recessões anteriores e, desta vez, perdeu 15,9% entre
fevereiro e abril”.

Por outro lado, a indústria de transformação se
beneficiou registrando um ganho equivalente a 122% do
total de perdas ocorridas durante as recessões datadas
pelo Codace. Especialmente pelo consumo popular
aquecido por itens como eletrodomésticos, eletrônicos,
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