Clipping Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1

Bolsonaro pede acesso a mensagens da Lava Jato


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
sábado, 13 de fevereiro de 2021
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Autor: Rafael Moraes Moura


A exemplo do que fez o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, seu adversário político, o presidente Jair
Bolsonaro afirmou ontem que pedirá ao Supremo
Tribunal Federal (STF) para ter acesso a mensagens
envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da
Lava Jato que foram vazadas por hackers em 2019.
Parte do conteúdo segue sob sigilo, mas o presidente
disse ter sido informado, sem revelar por quem, que seu
nome aparece nas conversas e, por isso, também tem
direito a conhecer o que foi tratado. Ele não apresentou
provas disso.


Em 2019, o presidente disse que o vazamento das
mensagens era "criminoso" e duvidou do conteúdo
revelado. "Vazou. Se vazar o meu aqui tem muita
brincadeira que faço com colegas. Houve uma quebra
criminosa, uma invasão criminosa. Se é que o que está
sendo vazado é verdadeiro ou não", afirmou na época.


A mudança de posição do presidente foi explicada por
ele onte. Enquanto a intenção de Lula é usar as
mensagens para provar a parcialidade de Moro ao


condená-lo, Bolsonaro admitiu que seu objetivo é
colocar em xeque o trabalho de órgãos de fiscalização,
numa estratégia que pode beneficiar seu filho mais
velho, o senador Flávio Bolsonaro.

Citando o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), Bolsonaro disse que quer "pegar o
cara que vendia informações". Foi com base em um
relatório do órgão sobre movimentações atípicas do ex-
assessor Fabrício Queiroz que o Ministério Público
iniciou a investigação na qual acusa Flávio de comandar
um esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro.

O documento foi revelado pelo Estadão em dezembro
de 2018. Desde então, o Coaf entrou na mira do
presidente. Logo no início do seu governo, ele transferiu
o órgão do Ministério da Justiça, até então comandado
por Sérgio Moro, para o Banco Central, uma autarquia
mais burocrática do que a pasta.

"Mandei pedir aquela matéria hackeada que está na
mão do PT, na mão do Lula. Tem meu nome lá. Alguma
coisa já passaram para mim. Vocês vão cair para trás",
afirmou Bolsonaro a apoiadores no Alvorada. "Você vê a
perseguição ali, conversas de autoridades falando como
é que entravam na minha vida financeira, da minha
família. Você pode entrar, mas tem que ter uma ordem
judicial. Respeita a lei? Não respeita. Eu quero pegar o
cara que vendia informações. Dentro do Coaf, por
exemplo. Eu já tenho alguma coisa, que tem chegado
para mim, agora vou conseguir. Espero que o Supremo
me dê", disse o presidente, sem, no entanto, detalhar a
acusação.

Mensagens hackeadas foram reveladas em junho de
2019 pelo site The Intercept Brasil. Pouco mais de dois
meses depois, a Polícia Federal prendeu um grupo de
hackers responsáveis pelo vazamento e descobriu que
os ataques virtuais também tinham como alvo
integrantes da cúpula da República, incluindo
Bolsonaro. Nenhuma conversa do presidente, porém,
chegou a ser divulgada. Até hoje a PF não descobriu
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