Clipping Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Resistente à proposta até o início deste ano, a equipe
econômica passou a aceitar discutir e elaborar
alternativas para a assistência. A equipe de Guedes, no
entanto, seguiu insistindo na necessidade de a liberação
ser acompanhada de medidas de ajuste fiscal.


Ao criar a cláusula de calamidade, o governo poderia
operar uma espécie de Orçamento de Guerra similar ao
implementado em2020. Com isso, conseguiria liberar o
auxílio sem ferir normas fiscais.


O estafe do ministro chegou a negociar uma proposta
mais estruturada, que alteraria do nome do auxílio para
BIP (Bônus de Inclusão Produtiva). O sistema seria
associado à Carteira Verde e Amarela, modelo de
contrato trabalhista mais flexível e com encargos
reduzidos.


Nesse caso, os informais ganhariam três parcelas de
R$200 enquanto buscam um emprego. Ao serem
contratados, eles receberiam um curso de qualificação
bancado pelo empregador.


O excesso de condicionantes do plano da equipe
econômica irritou parlamentares. À cúpula do
Congresso passou a cobrar que o auxílio fosse liberado
com urgência, mesmo sem espaço no Orçamento.


Por outro lado, a cúpula do Congresso cedeu ao
concordar atrelar o auxílio a medidas de ajuste fiscal.


Antes contrário a essa ideia, o presidente do Senado,
mudou o tom do discurso e afirmou nesta sexta-feira
(12) que a liberação da assistência será associada à
votação da PEC (proposta de emenda à Constituição)
do Pacto Federativo, que retira amarras fiscais e aciona
gatilhos de ajuste nas contas públicas.


Na segunda-feira (8), em entrevista à GloboNews,
Pacheco havia afirmado que o auxílio é urgente e não
poderia ser atrelado a medidas de aperto fiscal.


'Oque não podemos é condicionar a realização disso
[auxílio ou outro programa de assistência social] à
entrada em vigor de medidas desse tipo porque a


emergência e a urgência da situação relativas a essa
assistência social não podem esperar', afirmou Pacheco
na ocasião.

Membros da equipe econômica afirmam que os estudos
para criação do BIP seguem de pé, mas a proposta será
tratada separadamente.

Segundo uma fonte, a apresentação desse plano
dependerá do andamento da articulação com os
deputados e senadores.

Congressistas chegaram a sugerir que o auxílio
emergencial seja autorizado por meio da liberação de
créditos extraordinários. O mecanismo não é
contabilizado no teto de gastos, regra que limita as
despesas do governo. Guedes rejeitou a ideia,
argumentando que seria necessário alterar outros
instrumentos orçamentários, o que, segundo ele, levaria
mais tempo do que aprovar o Orçamento de Guerra.

Bolsonaro 'vai tomar pau' recriando ou não benefício,
diz Mourão

Em uma linha semelhante à adotada no dia anterior pelo
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-
presidente Hamilton Mourão (PRTB) criticou nesta sexta
feira (12) areação do mercado financeiro à previsão de
recriação do auxílio emergencial.

'Minha gente, a gente não pode ser escravo do
mercado', afirmou Mourão ao chegar à Vice-
Presidência.

'O presidente é obrigado a decidir para alguma forma de
auxiliar essa gente. Vamos lembrar, né, se ele disser
que não vai auxiliar, ele vai tomar pau. Se ele diz que
vai auxiliar, ele vai tomar pauta também. Então, é uma
situação difícil e julgo que ele vai buscar a melhor
solução', afirmou o vice-presidente.

Na quinta-feira (11), em sua live semanal, Bolsonaro
disse que o mercado 'fica irritadinho' com 'qualquer
negocinho'. Bolsonaro ainda questionou-se 'sabem o
que é passar fome' ao defender a volta do benefício.
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