Clipping Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

antes eram os jovens que viajavam à cidade para
festejar nos blocos de rua, neste ano as famílias
representam a maior parte dos turistas.


Em5Salvador, o cenário é semelhante. Os cerca de 400
hotéis da cidade costumam faturar, juntos, cerca de R$
150 milhões no Carnaval. Em um ano normal, esse
valor representa cerca de 11% de todo o faturamento
anual dos hotéis, segundo a ABIH Bahia.


Neste período, a ocupação dos hotéis da cidade chega
a 100% e o preço médio dos pacotes chega a ser seis
vezes maior do que em dias normais.


Este ano, sem as festas, blocos e camarotes, a
expectativa é que o faturamento dos hotéis de Salvador
no Carnaval caia para cerca de R$ 40 milhões.


Isso porque, apesar da previsão de uma ocupação
razoável, em torno de 60%, os preços conquistados
estão bem abaixo do que o usual para o período da
festa. Em média, houve um acréscimo entre 10% e 15%
nos preços das diárias em relação os dias normais
durante este período de pandemia.


O impacto não inclui apenas os dias de Carnaval, já que
o período pré-carnavalesco em Salvador é marcado por
festas populares como a Lavagem do Bon fime o Dia de
lemanjá, que também atraem turistas, além dos ensaios
de verão de bandas de axé e blocos afro. A média de
ocupação dos hotéis em janeiro foi de 50% contra
75%no mesmo período em 2020.


Sem as festas, a maioria dos turistas que vêm para
Salvador neste Carnaval estão em busca do chamado
turismo de sol e praia. Por isso, tem sido maior a
procura por resorts e pousadas próximo a praias, que
são mais abertos e têm construções mais horizontais,
permitindo um melhor distanciamento social entre os
hóspedes.


Ainda assim, o movimento registrado ainda é inferior ao
de um ano normal. 'As pessoas ainda não estão
viajando como antes. A retomada vai depender
diretamente da vacinação', afirma Luciano Lopes,


presidente da ABIH Bahia.

O cancelamento das festas também representou um
baque no ahx(g. lel de imóveis por temporada nas
capitais. O Airbnb, plataforma de aluguel de
apartamentos por temporada, não divulga a taxa de
ocupação nos seus imóveis.

Ainda assim, a empresa confirma que desde maio foi
identificado um novo perfil de turistas famílias buscando
por casas inteiras no campo e em cidades pequenas de
praia, a até 300 km dos centros urbanos.

Nas capitais e cidades que têm o Carnaval como
principal atrativo, como Olinda, a maioria dos imóveis
nem sequer foram anunciados para aluguel. O músico
Gabriel Melo, que mora em Olinda, sempre espera o
Carnaval chegar para ganhar um extra alugando a sua
casa por cinco dias.

Com o cancelamento da festa, deixou de faturar entre
R$10mile R$15 mil: 'Não faz sentido as pessoas
alugarem casas em Olinda neste período. Não vai ter
Carnaval. Muito difícil acontecer'.

Alguns moradores de Olinda chegaram a baixar em até
70%o valor do aluguel e, mesmo assim, não
conseguiram encontrar quem estivesse disposto a
pagar.

'Em Olinda, é praticamente zero a procura. Ninguém
consegue alugar nada', diz o presidente da ABIH-PE
(Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em
Pernambuco), Eduardo Cavalcanti.

De acordo com dados da associação, no mesmo
período do ano passado, a rede hoteleira de Recife
registrou 85% de ocupação e Olinda teve 90%. Neste
ano, a perspectiva é de apenas 55% nas duas cidades.

Para Cavalcanti, mais do que o cancelamento das
festas em si, a suspensão do feriado e dos pontos
facultativos representou o maior baque.

'Foi mais grave para o setor do que a própria suspensão
Free download pdf