Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

(Antfer) #1

MAGAZINE 321 | (^25)
enquanto surgiam no horizonte
dois pesadelos para o voo acima
da velocidade do som: a crise do
petróleo, que elevou de forma
drástica o preço dos combus-
tíveis, e a crescente pressão de
ativistas e cientistas em torno do
aumento das restrições ambien-
tais, que vêm se tornando mais
rígidas a cada ano desde então.
AERION
Chama a atenção o fato de que,
atualmente, nenhum fabricante
de renome se mostra interessa-
do em desenvolver integralmen-
te aeronaves comerciais capazes
de cumprir voos supersônicos



  • no máximo, envolvem-se em
    questões pontuais, incluindo
    consultorias aqui e ali. Airbus,
    Boeing e Lockheed Martin
    foram parceiras da Aerion, uma
    empresa criada anos atrás com
    objetivo de desenvolver um jato
    de negócios capaz de superar
    Mach 1.
    Hoje, apenas a Boeing é
    parceria da Aerion, apresentada
    como apoiadora do projeto AS2,
    a segunda versão de um jato
    de negócios que deverá atingir
    Mach 1.15. Inicialmente, previa-
    -se uma velocidade acima de
    Mach 1.5, mas revisões no pro-
    jeto ao longo da última década
    reduziram a ambição de velo-
    cidade elevada. A ideia agora é
    sustentar um voo de cruzeiro na
    ordem de 1.400 quilômetros por
    hora, quase o dobro da maior


parte dos aviões do mundo.
Após uma série de revisões
adicionais, a Aerion reproje-
tou completamente seu avião,
rebatizando-o AS2 (o dois em
referência a ser o segundo). Os
engenheiros propuseram um
perfil mais aerodinâmico para
a aeronave, com amplo uso de
regra de área (áreas das sessões
retas do avião ao longo do
eixo longitudinal formam uma
curva contínua, sem mudanças
bruscas ao longo do seu
comprimento, para reduzir ar-
rasto) e montagem dos motores
um e três em casulos sob as asas
e do motor dois na cauda. Aliás,
curiosamente, a Aerion sempre
trabalhou com um projeto tri-
motor, algo inédito na aviação
supersônica.
O AS2 conta atualmente
com diversos parceiros. A
francesa Safran deverá fornecer
trem de pouso, freios e de-
mais componentes do sistema,
além das naceles dos motores.
Já a britânica BAe System foi
escolhida para desenvolver e
integrar o sistema de controle
de voo, incluindo o fly-by-wire.
A suíte de aviônicos, que ainda
não foi escolhida, será criada
pela Honeywell. Provavelmente,
a ideia será adaptar o painel a
partir de alguma plataforma
existente, que já são modulares,
sem a necessidade de criar um
projeto específico e onero-
so exclusivo para a Aerion.

EM PARCERIA COM A BOEING,


A AERION ESPERA CONGELAR


EM BREVE O PROGRAMA DE SEU


TRIJATO DE NEGÓCIOS AS2

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