Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

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MAGAZINE 321 | (^59)
EMAS nas cabeceiras 35L e 17R
de Congonhas terão cerca de 75
metros.
As pistas 17R e 35L do princi-
pal aeroporto da cidade mais rica
do país têm um comprimento fí-
sico de 1.940 metros. Atualmente,
são utilizados 1.790 metros para
decolagem e 1.660 metros para
pouso. Simplificando, a diferença
de 150 a menos para decolagem
seria a RESA virtual, ou seja, os
operadores aéreos devem consi-
derar nas análises de decolagem
um comprimento menor do que
o tamanho físico, restringindo a
carga paga (diminuindo o peso e
o aproveitamento das aeronaves)
para atender aos padrões interna-
cionais e às normas da Anac. As
distâncias para pousos também
serão melhoradas (veja a figura).
Na prática, as pistas vão ganhar
comprimento tanto para as deco-
lagens como para pousos, levando
em consideração as especificida-
des de cada cabeceira.
Com o EMAS instalado, a
expectativa da Infraero é que
haverá um ganho imediato para as
empresas, para a segurança de voo
e para o operador do aeroporto.
A estatal diz que será possível
considerar o tamanho real da pista
com um dispositivo de segurança
comprovadamente eficiente para a
parada de aeronaves que even-
tualmente venham ultrapassar
os limites – já que o aeroporto
passa a atender aos requisitos de
homologação.
PODER DE ABSORÇÃO
A RESA do aeroporto de Con-
gonhas será construída com a
extensão das cabeceiras da pista
sustentadas por pilares com altu-
ra aproximada de até 30 metros
em alguns pontos. O material que
irá preencher a “cama” do EMAS
é composto por concreto celular
espumoso feito de vidro recicla-
do, com alto poder de absorção
de energia. Ele se deforma de
modo confiável e previsível ao
suportar o peso de uma aeronave.
Um sistema de malha de plástico
de alta resistência ancorado ao
pavimento e coberto por uma ca-
mada de cimento e uma camada
superior de selante vai acomodar
o concreto celular.
O material aplicado não deve
propagar fogo ou causar danos
adicionais ao sistema de trem de
pouso da aeronave. Para o caso
de alguma aeronave ultrapassar
os limites da pista adentrando na
área do EMAS, o aeroporto deverá
ter o material de reposição em
estoque, para corrigir a “cama”
o mais rapidamente possível. O
sistema de luzes de aproximação
será embutido no EMAS. Para
averiguar e garantir a integridade
do sistema de parada, o operador
do aeroporto deverá ter proces-
sos estabelecidos para inspeções
periódicas.
EMAS PELO MUNDO
Os sistemas EMAS atendem a
mais de 135 pistas (instalados
em cada cabeceira) em todo o
mundo. O primeiro EMAS foi
instalado no ano de 1996, no
CONGONHAS SERÁ O
PRIMEIRO AEROPORTO
DA AMÉRICA LATINA A
RECEBER O SISTEMA EMAS

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