Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

(Antfer) #1

NA REDE


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Segundoa Iata,a receitaporpassageiros por
quilômetro voado (RPK) do transporte aéreo global
caiu 65,9% em 2020 na comparação com 2019, a
queda mais acentuada do tráfego na aviação na
história. No mercado internacional, a desaceleração
foi ainda maior, a demanda ficou 75,6% abaixo dos
níveis de 2019. E o pior: com redução da taxa de
ocupação em 19,2 pontos percentuais, para 62,8%.
Considerando o tráfego de passageiros, a queda
foi de 80% na Ásia-Pacífico, 75% na América do
Norte, 73% na Europa e no Oriente Médio, 71%
na América Latina e 69% na África. No mercado
doméstico houve uma queda de 48,8% de 2019
para 2020 com redução de 49% no Brasil, 59%
nos EUA, 69% na Austrália, 30% na China e
23,5% na Rússia. Ainda segundo a Iata, as reservas
para viagens futuras feitas em janeiro de 2021
caíram 70% em comparação com o ano anterior,
colocando ainda mais pressão sobre as posições
de caixa das companhias aéreas e potencialmente
impactando o momento da recuperação esperada.
A entidade espera para 2021 uma melhoria de 50%
na demanda de 2020, o que levaria a indústria a
50,6% dos níveis de 2019. Mas há um sério risco
de queda se as restrições de viagem persistirem.
Assim, a melhora da demanda poderia ser limitada
a apenas 13% em relação aos níveis de 2020,
deixando a indústria em 38% dos níveis de 2019.
“O ano passado foi uma catástrofe. A recuperação
que houve durante a temporada de verão do
hemisfério norte estagnou no outono e a situação
piorou dramaticamente durante a temporada de
férias de fim de ano, à medida que restrições mais
severas às viagens foram impostas em face de novos
surtos e novas cepas de covid-19”, disse Alexandre
de Juniac, diretor-geral e CEO da Iata.

A Airbusencerrou 2020
com 566 aeronaves civis
entregues para 87 clientes,
uma redução expressiva de
34% na comparação com


  1. Do outro lado, a Boeing
    apresentou um desempenho
    bastante inferior, com apenas
    157 entregas ao longo do ano,
    em grande parte impactada
    pela proibição dos voos com o
    737 MAX. O fabricante norte-
    americano ficou impedido
    de realizar entregas do seu
    principal avião por 20 meses.
    O ano passado marcou uma
    profunda reviravolta no cenário
    da aviação comercial, que vinha
    assistindo a um crescimento
    constante nos últimos dez anos.
    Em 2020, os dois fabricantes
    acumularam 723 entregas. Em
    2018, eram 1.600 aeronaves,
    um recorde, que gerou receitas
    de 120 bilhões de dólares. Para
    a Airbus, que experimentou
    115 cancelamentos de pedidos
    e fechamentos temporários
    de suas fábricas, o cenário
    improvável impôs uma rápida


adaptação, fechando o ano
com 383 novas encomendas,
saldo de 268 pedidos líquidos e
7.184 aeronaves em carteira. A
família A320 obteve 296 novos
pedidos firmes, dos quais 37
foram para o A321XLR. Já o
novato A220 conquistou 64
encomendas. Entre os modelos
de dois corredores, a Airbus
obteve 23 novos pedidos,
sendo 21 para a família A
e dois para o A330neo. Por
outro lado, a Boeing, que já
vinha acumulando perdas
com a paralisação do 737
MAX, enfrentou a queda
brusca na demanda de viagens
internacionais, forçando
seus principais clientes a
postergarem as entregas de
aeronaves de grande porte.
Ainda assim, dos 157 aviões
entregues, um total de 109
foram modelos de dois
corredores. O 737 teve 43
entregas, todos da série NG,
marcando a despedida desta
família, uma das mais bem-
sucedidas da história da Boeing.

ANO CATASTRÓFICO


BOEING X AIRBUS


BALANÇOS DE 202 0

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