Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

(Antfer) #1

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I


númeras matérias publica-
das e postadas em diversos
veículos especializados em
aviação do mundo, incluindo
AERO, mostraram núme-
ros, informações e estatísticas
sobre os impactos na aviação
comercial regular da pandemia
provocada por um novo corona-
vírus (o SARS-Cov-2, causador
da Coronavirus Disease 2019,
ou simplesmente covid-19, uma
síndrome respiratória aguda,
algumas vezes grave). Este texto
não fará o leitor se debruçar em
mais dados numéricos; o objetivo
aqui é ressaltar alguns fatos e,
em especial, lançar um punhado
de perguntas para refletirmos
sobre o presente e sobre possíveis
futuros para a aviação comercial
regular no Brasil e no mundo. As
perguntas serão provocativas e
não devemos esperar respostas
imediatas, e nem mesmo no curto
prazo (“o apressado come cru” já
dizia minha avó, que, por sinal,
adorava carne malpassada), pois
o objetivo é pensar, refletir. Então,
vamos lá...

FALTA PADRONIZAÇÃO
Antes, uma observação: a aviação
é um dos setores com uma das
maiores padronizações possíveis,
certo? Em todo o mundo, a evo-
lução da aviação nos ensinou que
quanto maior for a padronização
de procedimentos, processos,
normas, treinamento, manuais
etc., maior será a segurança ope-
racional (safety) e patrimonial/
contra atos ilícitos (security). Vis-
to isso, o leitor já reparou como
a aviação está mergulhada em
uma total falta de padronização
quando se trata de exigência de
testes de covid, procedimentos de
fronteiras, entra-e-sai de países
em quarentena e formas de restri-

ção diferentes para viajantes?
Só o Aeroporto Internacional
de Los Angeles (LAX) anunciou,
agora em janeiro, três tipos dife-
rentes de testes de covid nos seus
terminais à disposição do públi-
co! Há empresas aéreas que fazem
distanciamento de um assento
entre os passageiros a bordo, ou-
tras não fazem; algumas empresas
exigem teste de covid para o
passageiro embarcar, outras não;
isso considerando que há testes

custeados pelo próprio passageiro
e outros pelas empresas. É uma
confusão sem par na cabeça de
quem viaja. Ocorre que passagei-
ros nervosos, apreensivos, gastam
menos nos aeroportos e podem
causar mais distúrbios durante
o voo, para dizer o mínimo.
Em bom português, está uma
bagunça generalizada! Em um
mundo onde seis vacinas foram
desenvolvidas em menos de um
ano para um vírus supostamente
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