Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

MAGAZINE 321 | (^69)
ACI, nem ICAO, nem qualquer
entidade pública (SAC/Anac/
Decea/Abear, DOT/FAA/A4A
etc.) ou privada (fabricantes de
aeronaves, empresas aéreas e
consórcios aeroportuários, por
exemplo) deu qualquer impor-
tância a este estudo (repetindo:
disponível na internet desde 2010
e financiado por uma entidade
altamente atuante e reconhecida
mundialmente!) e, muito menos,
investigação de futuros possíveis
que é aplicada com sucesso há
mais de 50 anos nas mais diversas
atividades sociais e econômicas
da humanidade (Nasa, Shell,
Project Millenium e outras
organizações públicas e privadas
utilizam estudos por cenários há
décadas). E nenhum stakeholder
da aviação mundial fez absoluta-
mente nada...
REDUÇÃO DE DEMANDA
Ora, uma das formas de planejar
um setor (políticas públicas) ou
uma empresa (estratégias priva-
das/corporativas) para enfrentar
inúmeras incertezas é buscando
formular perguntas que desafiem
o senso comum, que desafiem as
políticas e os modelos de negócio
vigentes há décadas; no nosso caso
aqui, estas perguntas devem desa-
fiar a longa tradição da aviação de
só se mexer para mudar algo de
fato quando ocorre uma imensa
disrupção, tal como foi o advento
de um mundo digital e on-line, tal
como foi o 11/9 e tal como vemos
agora com o SARS-CoV-2.
Então vamos a mais per-
guntas: o que empresas aéreas e
aeroportos farão caso ocorra uma
permanente redução na demanda
por viagens a negócios (as que
trazem maior rentabilidade) na
ordem de 20% a 25%, em média,
pelo mundo? Como reconceber
seus modelos de negócios, seus
planejamentos financeiros e seus
caríssimos sistemas de yield/re-
venue management para lidarem
com um novo mercado como
este? Este é um cenário bastante
possível, uma vez que reuniões e
eventos on-line provaram que –
apesar de impessoais, “artificiais”
e maçantes, se feitos em demasia
buscou traçar o que chamamos
“contraestratégias” para lidarem
da melhor forma possível caso
algo tão perturbador acontecesse
(como, de fato, aconteceu!)?
Cabe lembrar que este
estudo apontava quatro cenários
possíveis (a metodologia tem
como premissa que o futuro
será uma mistura dos cenários
apontados). Caro leitor, estamos
falando de uma metodologia de