Aero Magazine - Edição 321 (2021-02)

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  • podem, sim, substituir de forma
    eficaz uma parcela das viagens
    para reuniões de negócios e de-
    terminados eventos e congressos.
    Observe o leitor que a per-
    gunta não é quando a demanda
    voltará aos níveis de 2019; a per-
    gunta trata de uma nova realidade:
    e se houver uma perda irreversível
    da demanda, esta perda for de 20-
    25% e for exatamente no segmen-
    to de maior rentabilidade? Como
    empresas aéreas e aeroportos
    passarão a lidar com isso? Quais
    estratégias, ações e novas tecnolo-
    gias podem entrar em cena? No-
    vos modelos de negócio surgirão?
    Modelos e práticas tradicionais
    desaparecerão?
    Se alguém estiver pensando
    que uma queda irreversível desta
    magnitude seja impossível de
    ocorrer, pare um pouco, respire
    fundo, vista o casaco da humilda-
    de, pense novamente e aproveite
    para ler com bastante atenção a
    descrição do cenário da pande-
    mia lá do estudo feito em 2010.


RADICALISMO E
ANTAGONISMO
Passemos para a última pergunta:
foquemos nos profissionais que
fazem acontecer o dia a dia das
empresas aéreas e dos aeroportos.
A pandemia parece que acendeu,
em diversos países, uma teia de
radicalismos entre indivíduos e
grupos com opiniões diferentes.
Esses radicalismos têm raízes
motivadas por ideologias políticas
antagônicas, pelo pânico e pela
histeria, por movimentos inten-
cionalmente segregadores e por
promotores de caos travestidos de
bons moços. Veem-se claramente
comportamentos xenófobos com
relação a este ou aquele povo;
veem-se claramente indivíduos
e grupos buscando impor suas
opiniões a outros grupos e indi-
víduos custe o que custar; vê-se
a cultura do “cancelamento” em
cada esquina, em cada mídia so-
cial; e vê-se claramente que esses
indivíduos ou grupos radicais não
têm fronteiras, nem faixa etária e,

muito menos, ocupação profis-
sional definida para eclodirem e
impactarem muito negativamente
as relações sociais, a economia, o
fluxo de pessoas e bens, o ir e vir
dos cidadãos comuns.
Estes são fatos, não é mais um
cenário possível de ocorrer; com-
portamentos individuais e cole-
tivos desta natureza aconteceram
em larga escala e podem voltar a
ocorrer em grande intensidade
em várias partes do mundo. Neste
sentido, como empresas aéreas,
aeroportos e autoridades de fis-
calização e controle de fronteiras
podem repensar seus treinamen-
tos de pessoal para:

1) identificar e quantificar o risco
de tensões e embates iminentes;

2) avaliar os potenciais impactos
desta animosidade na cabi-
ne, na segurança de voo e na
tranquilidade dos passageiros
durante uma viagem internacio-
nal de logo curso;

Nova realidade
pode impor desafios
além do mero
distanciamento social

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