Só o nome Côte d’Azur, ou
apenas Le Cap, para quem é ínti-
mo, já evoca suspiros de ostenta-
ção. Iates, rolls royces e garçons
de luvas brancas são parte do ce-
nário de praias onde europeias to-
mam champanhe e fazem topless,
o que, aliás, foi inventado lá, um
sinal de que a Côte d’Azur é chi-
que, mas não é pudica. Que o diga
os beach clubsde Saint Tropez,
que fervem no verão e rivalizam
com Ibiza no grau de animação.
Mas não será preciso ser dono de
lancha de luxo nem fazer olhar
blaséa bordo de um automóvel
conversível para entrar no clima.
A Côte d’Azur é de quem quiser.
Então vá chegando e não faça ce-
rimônia. Convém apenas alugar
um carro, pode ser um modelo
básico mesmo, para rodar pelas
corniches, as estradinhas costeiras
que contornam uma sequência de
belas enseadas. Se o luxo é para
poucos, a paisagem é democrática,
assim como o trânsito, terrível nos
fins de semana do verão europeu,
que não distingue Masserati Gibli
SQ de Fiat Palio 1.0.
A história de pompa do litoral
sul da França começou no século
19, quando aristocratas russos e
ingleses descobriram os encantos
daquelas vilas e o clima agradável
da região. Era só bater uma brisa
mais gelada nas latitudes altas do
continente que as elites se man-
davam para lá, com os bolsos
cheios de dinheiro. Foi assim que
nasceu, em berço de ouro, a Côte
d’Azur e sua tradição de fazer bro-
tar palácios à beira-mar, marinas
e lojas de grifes. O glamour é parte
vital do charme desse litoral, talvez
até mais do que as próprias praias,
que não são assim tão maravilho-
sas. Apesar do mar azul e cristalino
do Mediterrâneo, muitas praias
são de pedrinhas escuras. SHUTTERSTOCK
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