74 VIAJEMAIS
guem para o bairro de Vedado,
onde está o suntuoso Hotel Na-
cional, de 1930, que já abrigou
celebridades como Frank Sina-
tra e Walt Disney. Mesmo quem
não está hospedado pode desfru-
tar do enorme jardim de frentepara a orla. Uma boa pausa para
um daiquiri.
Certa noite, fui conhecer a
Fortaleza de La Cabaña, que fica
de frente para a cidade e é aces-
sada por um túnel. Todos os dias,
às 21h, ocorre no cañonazo, um
teatro com tiros de canhões
que lembra o período colonial.
A cerimônia em si é um pouco
cafona, mas a vista noturna da
capital iluminada e o mojito ge-
lado incluso na entrada valeram
muito a pena.
O tour por Havana se com-
pleta com a Plaza de la Revo-
lución, palco de manifestações
e dos famosos – e longuíssimos- discursos de Fidel Castro. Ao
redor da praça, estão o Teatro
Nacional, que costuma ter uma
programação diversa de peças de
ópera, concertos e espetáculos de
balé, e o Ministério del Interior,
com a lendária escultura do rosto
do revolucionário Ernesto Che
Guevara, ainda hoje celebrado
como uma espécie de santidade
católica na ilha, mesmo sendo
ele um ateu convicto.
Caso queira embarcar na cáp-
sula do tempo que se transfor-
mou Cuba é melhor se apressar.
Mesmo com a guinada na po-
lítica internacional de Donald
Trump, que pode comprometer
o reatar de laços com os Estados
Unidos, a tendência de abertura
do regime socialista cubano é ir-
reversível. Há alguns anos, Raul
Castro tem tratado de imple-
mentar comemoráveis medidas
democratizantes na ilha. Hoje,
os cubanos têm autorização para
sair do país, empreender peque-
nos negócios independentes do
governo e reformar suas pró-
prias casas – antes precisavam
de autorização oficial. Além
disso, a expectativa é que o fimAcima, o histórico Hotel Inglaterra, em Havana Vieja; abaixo, os simpáticos tuc-tucs cubanos, meio de transporte barato na cidadeFotos: shutterstock