Mercado imobiliário bate recorde e segue em alta
Banco Central do BrasilCorreio Braziliense/Nacional - Economia
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco CentralClique aqui para abrir a imagemAutor: MARINA BARBOSA
A pandemia de covid-19 levou milhões de brasileiros
para dentro dos lares, renovando o sonho da casa
própria ou o desejo por um imóvel maior. O cenário
econômico favoreceu a realização desse desejo, pois,
diante das incertezas trazidas pelo novo coronavírus, os
juros caíram e novas linhas de crédito foram criadas
para incentivar o financiamento. Por isso, o mercado
imobiliário bateu recorde no Brasil e no Distrito Federal,
em 2020, e deve continuar em alta em 2021.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades
de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o
financiamento da casa própria movimentou R$ 177
bilhões em 2020. Só a caderneta de poupança liberou
R$ 124 bilhões para o crédito imobiliário e o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mais R$ 53
bilhões. Por isso, os financiamentos imobiliários
cresceram 32% ao longo do ano, alcançando o melhor
resultado da série histórica da Abecip, iniciada em 2000.
A alta foi ainda maior no Distrito Federal (DF). Segundo
a Abecip, os financiamentos para a compra ou a
construção de imóveis residenciais dispararam 121% na
capital federal. Foi o segundo melhor resultado do
Brasil, atrás apenas do Tocantins (132%). "2020 foi o
melhor dos últimos anos para o mercado imobiliário do
Distrito Federal. Tivemos recorde de lançamentos e da
venda de imóveis", diz o presidente da Associação de
Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal
(Ademi-DF), Eduardo Aroeira.Segundo a Ademi-DF, 41 empreendimentos imobiliários
residenciais foram lançados no Distrito Federal em- O Valor Geral de Lançamentos (VGL) foi de R$
2,8 bilhões. O Valor Geral de Vendas (VGV) não ficou
muito atrás: R$ 2,2 bilhões. E a expectativa da Ademi-
DF é de que esses números se repitam neste ano. A
Abecip confirma a perspectiva de um novo recorde no
mercado imobiliário em 2021. A entidade calcula que o
financiamento da casa própria pode crescer mais 21%,
chegando ao patamar recorde deR$ 214 bilhões neste
ano.
Um dos fatores que justificam a alta do mercado
imobiliário em meio à pandemia de covid-19 é a redução
da taxa básica de juros (Selic), que caiu à mínima
histórica de 2% no ano passado, puxando para baixo o
custo dos financiamentos bancários num momento em
que os brasileiros estavam buscando mais espaço em
casa para enfrentar a quarentena. "Estamos no menor
patamar de taxa de juros da história. Em 2017, o
mercado imobiliário trabalhava com uma taxa de 11%
ao ano. Atualmente, opera com menos de 7% ao ano.
Isso em um financiamento de 30 ou 35 anos tem um
impacto muito grande na prestação", explica a
presidente da Abecip, Cristiane Portella. "As pessoas
estão buscando comprar o primeiro imóvel ou mesmo
trocando por um maior. Há uma tendência de
valorização do ambiente doméstico, seja para o home
office ou para o lazer", completa.Presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da
Habitação (ABMH), Vinicius Costa acrescenta que,
enquanto os juros caíram, a inflação do aluguel disparou
25,71% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Geral