Gasolina terá novos aumentos
Banco Central do BrasilCorreio Braziliense/Nacional - Economia
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 3 - Reforma TributáriaClique aqui para abrir a imagemAutor: Carinne SouzaFernanda StricklandJailson R.
Sena*
Depois de sete aumentos da gasolina, promovidos pela
Petrobras, nos últimos três meses, os brasileiros estão
pagando mais de R$ 5 pelo litro do combustível.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito
Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, mais
altas estão por vir. Em entrevista ao CB.Poder, ontem,
ele explicou o que tem impactado os aumentos e porque
devem continuar.
De acordo com Tavares, a secretaria de Fazenda do
Governo Federal, busca o preço médio que é praticado
na bomba e recalcula a cada 15 dias qual é a base de
cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS). Ainda ontem esse
recálculo impactou em um aumento de R$ 0,10 nas
bombas.
"Se o litro de gasolina custa R$ 5,09, só de ICMS são
R$ 1,43 e mais R$ 0,70 de imposto federal. Ou seja,
dos R$ 5,09 quase a metade são de impostos. A
revenda fica apenas com 15%", disse. O ICMS varia de
acordo com o estado. Em São Paulo, a alíquota de
ICMS é de 25% e no Rio de Janeiro é 33%. "Isso
possibilita, por exemplo, comprar o produto em São
Paulo e revender com uma nota fria no Rio de Janeiro",
revelou.Essa prática, segundo Tavares, pode ser pode ser
resolvida com uma alíquota homogênea ou com a
reforma tributária do país. "Existe sonegação fiscal
porque não há uma alíquota homogênea. É preciso ter
essa correção. O consumidor questiona porque o etanol
é mais barato em Goiânia do que em Brasília, mas isso
ocorre porque lá existe incentivo fiscal e aqui, não. É a
famosa guerra fiscal dos estados", ressaltou. "Em
Brasília, a alíquota era de 25% até que o ex-governador
do Rodrigo Rollemberg aumentou para 28%."O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que terá
novidades sobre o assunto. "Continuamos discutindo a
questão do preço dos combustíveis. Espero ter
novidade boa esta semana", afirmou. Mesmo com a
mudança na tributação, como promete o governo
federal, o preço nos postos pode continuar aumentando,
segundo Tavares. Isso acontece porque a política de
preço da Petrobras está atrelada ao mercado
internacional: ao valor do barril de petróleo e do dólar. E
as duas variáveis estão em alta. "Em primeiro de
novembro o barril custava US$ 38 e, no último domingo,
fechou em US$ 63. Isso significa que teremos novos
aumentos", ressaltou Tavares.Nas bombasNão à toa, os preços praticados nos postos
do DF pesam no bolso dos consumidores. Na BR 020, o
preço da gasolina varia entre R$ 5,23 (Sobradinho) e R$
5,29 (Planaltina). Na Asa Norte, EPTG e Pistão Sul em
Taguatinga, é possível achar o litro por R$ 5,15 em boa
parte dos postos. Além desses valores, muitos postos
oferecem maiores descontos caso seja feito o download
de um aplicativo da rede.