Clipping Banco Central (2021-02-17)

(Antfer) #1

Vacinas e variantes do coronavírus


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Saúde
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Esper Kallás


Manaus dirá se vacinas usadas no Brasil a nos
protegerão contra novas cepas


Países que iniciaram amplas campanhas de vacinação
contra a Covid-19 já começam a colher seus frutos. O
número de casos em pronto-socorros e a ocupação de
leitos de UTI vêm caindo consistentemente em Israel,
Reino Unido e Estados Unidos.


Vacinas são as melhores armas disponíveis hoje para o
enfrentamento da pandemia. Sua variedade aumenta na
medida em que os resultados de estudos de eficácia
são conhecidos e, em seguida, países aprovam seu
uso. Até o fim deste ano, estima-se que serão
distribuídas ao menos 16 bilhões de doses no mundo
todo.


Mesmo assim, é preciso rapidez. O quanto antes, é
preciso vacinar o maior número de pessoas,
principalmente aqueles com maior chance de
desenvolver a doença em sua forma grave.


A médio prazo, será possível selecionar as vacinas que
tenham demonstrado maior efetividade, melhor
tolerância, dependam de menos doses e tenham mais
durabilidade ou, também, menor custo. Todavia, isso só
acontecerá meses adiante. É preciso tempo para que
tais mensurações sejam feitas. Tempo, este, em que
vêm surgindo as variantes virais.

Para que as mutações do vírus tornem-se variantes
dominantes em uma comunidade, é preciso que levem à
alguma vantagem na sua multiplicação viral, tornando
mais fácil sua transmissibilidade, tal como discutido no
último texto desta coluna.

Será que as vacinas serão capazes de prevenir a Covid-
19 causada pelas variantes, especialmente a brasileira,
chamada P1 ou 501Y.V3? Dois estudos que avaliam a
eficácia das vacinas contra Covid-19 começam a trazer
respostas.

O primeiro deles foi feito com a vacina da Jansen,
através do vetor viral Adenovírus-26 e codificando a
espícula do novo coronavírus. O segundo, com a vacina
da Novavax, que somente possui a espícula do vírus.
Ambos demonstraram proteção contra a Covid-19, mas
com sinais de redução em sua eficácia sempre que a
doença é causada pela variante sul africana,
denominada de B.1.351 ou 501Y.V2.

E como se comportarão as vacinas contra a variante
brasileira? Em especial, a Coronavac, do Butantan, e
Covishield, de Biomanguinhos?

A primeira forma de estudar o assunto é saber se o
sangue de pessoas vacinadas consegue bloquear a
multiplicação do vírus em laboratório. Esse é um meio
indireto e artificial, que pode ter falhas.

A segunda alternativa, mais importante e eficaz, é
verificar como as pessoas já vacinadas se protegem
contra a doença causada pela variante brasileira.
Portanto, é uma observação de campo. Mais
precisamente, em Manaus.
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