16POR ESSE
MUNDO FORA...PERFIL
Bermudas,
esse paraíso... fiscal
A Google usou uma subsidiária
holandesa para transferir
receitas de 19 mil milhões
de euros dos royalties
recebidos fora dos EUA para
uma entidade baseada nas
Bermudas. A estratégia
é conhecida por Double Irish
Dutch Sandwich e é legal.China volta a licenciar
vendas de videojogos
O regulador chinês tinha
proibido a venda de novos
videojogos, fazendo com que
o mercado não capitalizasse
uma indústria que gera
receitas de 30 mil milhões
de dólares na China.
O processo de aprovação
de novos videojogos esteve
suspenso durante nove meses
e agora foram aprovados,
de uma só vez, 80 títulos.Netflix censura episódio
de série de humor
O humorista Hasan Minhaj
criticou o regime saudita no
segundo episódio da série
Patriot Act. A Arábia Saudita
não achou piada e alegou
junto da Netflix que o episódio
violava a lei sobre cibercrime
por ameaçar a «ordem pública,
valores religiosos, moral
pública e privacidade». A
Netflix acedeu e este episódio
da série já não está disponível
no país, podendo ser visto
no YouTube e na plataforma
da Netflix no resto do mundo.O que é que Lisboa tem? Emmanuel Schalit
responde: «está a caminho de quem vai
de Paris para a Nova Iorque e tem talento
tecnológico de qualidade». Perante este
cenário, o CEO da Dashlane avançou
para a instalação de um escritório na mais
ocidental das capitais da UE que deverá
empregar 40 profissionais até ao final de- «Estive pela primeira vez em Lisboa
na Web Summit de 2016. Fiquei impres-
sionado por ver tantos jovens
portugueses com vontade de
conhecer as novas tendências
e percebi nessa altura que a
cidade vai ser uma das capi-
tais digitais da Europa». E as-
sim surgiu a decisão de juntar
ao escritório de Paris e à sede
em Nova Iorque um escritório
da Dashlane em Lisboa.
Se o jeito para fazer previsões
de Schalit se mantiver nos
próximos tempos, não será só
Lisboa que terá dado que falar
no mundo digital: depois de
garantir os primeiros títulos
auspiciosos na imprensa, a
marca que tem escritório em Paris, mas
está sedeada em Nova Iorque pretende ex-
pandir para novos segmentos do mercado
mundial com um gerador de passwords
que evita os problemas que afetam todas
as pessoas que têm de guardar sucessões
de palavras, símbolos ou algarismos.
«Não guardamos passwords ou dados dos
internautas, nem temos qualquer registo
A Dashlane surpreendeu meio mundo com um gerador de
passwords que eleva para um novo nível a segurança na NetA PASSWORD DE LISBOA
físico dessa informação. Mais importante
ainda: não usamos esses dados para ace-
der aos diferentes serviços de Internet.
Tudo isto evita as fugas de informação
levadas a cabo por hackers (que atacam
repositórios com passwords). Também
já tivemos notificações das autoridades
para ter acesso às passwords, mas não
podemos fazer nada porque não temos
uma password-mestre e não sabemos as
passwords dos utilizadores»,
explica Emmanuel Schalit.
O CEO da Dashlane não tem
planos para ir para a bolsa
nos tempos mais próximos,
mas esse não é um sinal de
que o negócio das passwords
está a perder a força de ou-
tros tempos. Schalit recor-
da os estudos que revelam
que o número de passwords
usadas duplicou nos últimos
cinco anos, e lembra que as
maiores marcas de tecnolo-
gias não estão a dar resposta
ao mercado. A própria bio-
metria não parece ser con-
corrente: «As pessoas usam a biometria
por conveniência, mas nem sempre dá
para usar os mesmos dados biométri-
cos em todos os dispositivos. Se uma
pessoa perder uma password pode criar
outra... mas se alguém apanhar os meus
dados biométricos, posso não ter forma
de arranjar outros», conclui o líder da
Dashlane. H.S.B.I.
NOME
Emmanuel
Schalit
trabalhou na
CBS Outdoor
de França
e na Vivendi
Universal
Games. Foi
fundador da
Flipside.com.
A Dashlane gere
as passwords
de 10 milhões
de utilizadores.