(20190200-PT) Exame Informática 284

(NONE2021) #1
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J


desperdício de dinheiro, de espaço, de recursos, computa-
dores, e etc.. Não há uma intenção voyeurística de estar a ver
as coisas a acontecerem num ecrã. Não é isso que traz valor.
O que traz valor é aprendermos com o passado para gerirmos
melhor o futuro. Por isso é que, além da implementação desta
plataforma, estamos a trabalhar no lançamento de um projeto
que será lançado em breve, a que chamamos o Laboratório de
Dados de Lisboa. Trata-se de uma parceria com algumas das
principais universidades portuguesas e que tem por objetivo
criar valor com esses dados.
A PGIL dispõe de Inteligência Artificial (IA)?
Esta plataforma já tem ferramentas de IA, mas estamos no
início. A plataforma ainda está a começar a integrar dados e a
criar um histórico... mais vai permitir integrar dados do Waze,
dados relacionados com eventos e meteorologia da cidade... O
que nos permite saber quais os impactos da realização de uma
maratona na cidade, por exemplo.
No limite, essas previsões poderão levar a mudar o traçado
da maratona!
Sim. Numa cidade como Lisboa, que tem vários eventos a
decorrer nos fins de semana, é muito importante poder fazer
a monitorização. Estas plataformas servem para monitorizar,
mas também para criar inteligência através do big data.
Por outro lado, é um tipo de informação que também pode
ser usado para mudar tendências de voto!
Estamos a trabalhar para que haja um melhor serviço prestado
ao munícipe. É isso que se pretende.
... mas se os dados forem disponibilizados aos eleitores,
torna-se possível fazer uma análise mais sustentada da
prestação dos serviços camarários!
Essa é uma vertente importante. O público vai ter acesso a uma
parte importante dos dados. Vamos criar uma aplicação que

oão Tremoceiro, Diretor do Departamento de
Gestão e Inteligência Urbana de Lisboa, tem
a missão de gerir o futuro sistema nervoso da
capital. A Plataforma de Gestão Inteligente de
Lisboa (PGIL), que foi desenvolvida pela NEC, já
começou a ser testada. Em breve, haverá uma sala de operações
que usa inteligência artificial para fazer previsões sobre trânsito,
ruído, poluição, lixo e muitas outras coisas que condicionam
a qualidade de vida de uma cidade.
Lisboa já dispõe de sensores suficientes para tornar viável
o uso da PGIL?
Já temos 1000 contentores de resíduos sólidos sensorizados e
vamos instalar, durante este ano, diversos sensores ambien-
tais para monitorização da cidade; temos a monitorização (do
ruído) dos estabelecimentos de diversão noturna em tempo
real; temos informação de vídeo; temos muitos sensores que
alimentam a plataforma. É uma coisa que vai em crescendo.
Vai ser promovida a instalação de sensores e a criação de
novos serviços?
Nos diversos pelouros da Câmara há projetos com estes objeti-
vos. Há muitas iniciativas nas áreas da mobilidade, da energia,
dos espaços verdes – em todas estas áreas podemos ter mais
informação de apoio que, se for centralizada e trabalhada,
permite-nos gerir melhor a cidade. A partir do momento em
que temos estes dados a serem recolhidos em tempo real, vai
sendo criado um histórico. O que nos permite olhar para os
dados e dizer: «bom, se no futuro se registar esta tempera-
tura, esta precipitação, e aquele trânsito, então sabemos que
vai acontecer isto ou aquilo ao cabo de uma ou duas horas».
Não há o risco de entropia nos sistemas de tratamento de
dados e nos serviços camarários?
Se existir muita informação à qual não se dá vazão, então há


ECRÃS COM VISTA


SOBRE LISBOA


A Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa promete facilitar a vida
de alfacinhas e vereadores com informação atualizada no momento
e uma app que mostra tudo o que acontece na capital

JOÃO TREMOCEIRO

Tex t o Hugo Séneca Fotos José Carlos Carvalho
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