(20190200-PT) Exame Informática 284

(NONE2021) #1
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As notas das análises
A nota global que atribuímos
aos produtos resulta da média
aritmética das subclassificações
Desempenho (testes de hardware)
ou Interface (testes de software),
Características e Qualidade/preço.
As notas variam
de 0 (péssimo) a 5 (excelente).

Significado das Estrelas
Só classificamos produtos que
cheguem em versão final. A nota
global é a mais importante, porque
representa a classificação geral que
damos ao produto.

RECOMENDADO
Produtos que conseguem obter
resultados, expressos numa nota global
mínima de 4,5.

MELHOR DO TESTE
Apenas para testes comparativos,
atribuído ao produto com a melhor
classificação do grupo.

QUALIDADE/PREÇO
Apenas para testes comparativos,
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

DESEMPENHO
Apenas para testes comparativos,
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

EXCELÊNCIA
Produtos que obtiveram uma
classificação máxima em todas as
subcategorias.

E


O PODER DA TÉCNICA


ste texto foi escrito num portátil com CPU x86. É assim com
todos os PCs no sentido tradicional do termo, as máquinas
que ainda hoje dominam as secretárias, tanto em casa como
nas empresas. O mesmo é verdade para os Mac. O x86 foi
criado pela Intel e já é usado desde o final da década de 70.
Esta arquitetura teve sucesso devido à combinação de vários fatores,
com destaque para a polivalência/compatibilidade, suportando um vasto
leque de comandos de software, facilidade de programação e segurança.
No entanto, se estiver a ler este texto online, dizem os dados de acesso
à plataforma digital da Exame Informática, que há cerca 50% de proba-
bilidade de estar a usar um tablet ou smartphone com arquitetura ARM.
Os processadores Snapdragon da Qualcomm, os Kirin da Huawei e os AX
da Apple são apenas alguns exemplos de chips com base na arquitetura
ARM, que foi criada em 1990 e, como tal, já inclui otimizações que es-
tavam longe de poder ser ponderadas 20/30 anos antes. E, se no início,
estes chips eram vistos como soluções de baixa performance, hoje, por
exemplo, o iPad Pro, que usa o A12X (ARM), tem resultados de benchmarks
muito próximos dos obtidos por um MacBook Pro com processador Core
i5. E com vantagens importantes para a processador ARM em termos de
consumo de energia e dispersão térmica. Se analisarmos a curva de evo-
lução de desempenho dos chips ARM vs x86, é notório que os primeiros
estão a evoluir mais rapidamente. O que está longe de ser apenas uma
consequência da microarquitetura. Está, também, relacionado com as
unidades de processamento complementares especializadas. Primeiro
surgiram os processadores gráficos e agora as unidades muitas vezes
denominadas de neurais, porque usam algoritmos preditivos capazes de
antecipar resultados em vez de fazerem um processamento tradicional e
muito mais moroso. Mas há mais: 2018 foi o ano em que se desmistificou
outro trunfo da arquitetura x86, a segurança. Os casos Meltdown e Spectre
demonstraram que a “confiança cega” que se tinha nos processadores
x86 era exagerada. As consequências foram vastas e as soluções incluíram
perder muito desempenho, o que não é aceitável para, por exemplo, gran-
des servidores. Tudo isto significa que o x86 está a caminho da extinção?
É possível. Basta considerarmos que quase não se vê a presença do x86
nas tecnologias mais promissoras, como IoT, condução autónoma e IA. A
computação destes segmentos é muito assente em ARM e outras arqui-
teturas de processamento. Por outro lado, a Intel também já prometeu
uma série de otimizações para que o x86 continue vivo e de boa saúde, a
começar por integrar processamento do tipo neural em futuras platafor-
mas, como foi apresentado na CES. E soluções híbridas que vão permitir
juntar, num único chip, processamento de baixo consumo energético
com processamento de alto desempenho. E, é claro, o x86 continua a
ter as grandes vantagens da retrocompatibilidade e no processamento
geral, não especializado, que continua a ser fundamental. Talvez ARM e
x86 estejam condenados a trabalhar em conjunto.

X86 SEM FUTURO?


SÉRGIO MAGNO | CHEFE DE REDAÇÃO
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