(20190200-PT) Exame Informática 284

(NONE2021) #1
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SALVADA NÃO PÔDE


SER SALVA


Os satélites Sentinel 1 e Sentinel 2 executam órbitas
polares que permitem cobrir todo o globo terrestre. A missão
Sentinel 1 é composta por dois satélites que orbitam a cerca
de 690 quilómetros de altitude. Esta dupla orbital tem como
principal instrumento um radar de abertura sintética que
pode captar intervenções de escala milimétrica no subsolo
terrestre. A missão Sentinel 2 conta igualmente com dois
satélites, que orbitam a mais de 780 quilómetros de altitude.
Os dois satélites captam imagens multiespectrais (fotos nas
bandas da luz visível e ainda infravermelhos), com resoluções
que chegam aos 10 metros por píxel. As missões são
suportadas pela Agência Espacial Europeia (ESA).

De seis em seis dias, os profissionais da
Theia recebem na incubadora do Instituto
Pedro Nunes imagens fornecidas pela ESA e
processam informação com algoritmos que
detetam alterações verificadas em diferentes
terrenos, através da comparação com o
histórico. A análise pode incidir em dados
recolhidos pelos satélites Sentinel desde 2014.

Os dados captados pelos satélites permitem apurar
alterações na superfície e no subsolo – mas têm de
ser “filtrados” para remover informação que resulta da
presença da humidade ou da vegetação nos diferentes
locais. Nesta imagem, é possível ver as alterações
levadas a cabo no subsolo, ainda em bruto,
em quase todo o Alentejo.

É mediante a comparação entre os dados de satélite e a carta
arqueológica de um concelho ou de uma região que é possível
deduzir que uma exploração agrícola poderá ter danificado
um sítio arqueológico. A maioria dos vestígios arqueológicos
encontram-se entre a superfície e dois metros de profundidade
no subsolo – mas é também essa faixa que costuma ser afetada
pela denominada agricultura intensiva. Só no concelho de Beja
haverá mais de mil sítios arqueológicos identificados.
No Alentejo, são 8776.

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