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Começamos este teste com a maior tendência do
momento, que também representa uma das maiores
inovações tecnológicas dos últimos anos: ecrãs
dobráveis. Este é o primeiro da Huawei a chegar
ao mercado nacional com esta tecnologia. É uma
evolução do X, que só foi vendido na China. Este
dobrável usa uma arquitetura bem diferente dos
concorrentes da Samsung, a que podemos chamar
de concha invertida. Ou seja, o smartphone abre
e fecha estilo concha, mas o ecrã fica do lado de
fora, enquanto nos Galaxy Fold e Z Flip o ecrã dobra
para dentro. Uma arquitetura com uma grande
desvantagem e duas vantagens. A desvantagem é a
maior exposição aos acidentes e aos riscos. Quando
dobrado, praticamente tudo é ecrã, o que significa
que qualquer toque é potencialmente perigoso.
Recomenda-se, e muito, usar uma capa estilo
estojo. Mas temos de dizer que este ecrã provou ser
muito resistente a riscos. Depois de vários dias em
utilização despreocupada, com algumas quedas de
alturas reduzidas e partilha de bolsos com chaves
SMARTPHONE E TABLET
HUAWEI MATE XS
e outros objetos, só notámos alguns microrriscos
praticamente invisíveis a olho nu.
SEMPRE A DOBRA
Quanto às vantagens, esta arquitetura elimina a
necessidade de um segundo ecrã, o que também
permite reduzir a espessura, e faz com que se tenha
um ecrã maior quando fechado. E esta é a principal
vantagem que sentimos relativamente ao Fold
em termos de experiência de utilização: sentimos
muito menos a necessidade de abrir o smartphone.
Mesmo fechado, temos acesso a um ecrã de 6,6
polegadas com molduras mínimas, sendo que
a outra parte do ecrã também tem utilidade em
selfies ou quando queremos que o fotografado veja
o enquadramento enquanto o fotografamos.
Uma outra vantagem teórica desta arquitetura
é que a zona da dobra é mais ampla. Imaginem a
dobragem de uma folha de papel. Se for dobrada em
U não se vai notar o vinco que é evidente quando se
dobra em V. E, de facto, a marca da dobra é menos
visível neste Mate Xs que nos Samsung dobráveis.
Não há, propriamente, um vinco, mas sim uma zona
onde se nota alguma ondulação. Quando aberto
ficamos com um pequeno tablet. Se está a pensar
“que bom para ver filmes”, desengane-se. Como
acontece com o Fold, o formato de ecrã mais para
o quadrado faz com que a maioria dos vídeos (16:9)
acabem por ficar com grandes bandas negras em
cima e em baixo e o tamanho útil para os filmes não
é muito maior do que em modo fechado. Mas nos
jogos e, sobretudo, em tarefas de produtividade,
a vantagem é enorme. Escrever um e-mail ou usar
uma folha de cálculo neste telefone são tarefas
muito mais aprazíveis do que num aparelho
convencional. Logo que não seja o Gmail ou o
Sheets da Google, já que este Huawei está também
‘livre’ dos Google Mobile Services. Ou seja, nada de
apps da Google, apesar de o sistema operativo ser
Android 10. Para não nos repetirmos, deixamos a
análise deste problema para o texto sobre o P40
Pro um pouco mais à frente.
No que ao hardware diz respeito, consideramos
este o melhor dobrável do mercado porque
consegue oferecer a área extra sem penalizar a
mobilidade. Mas sem serviços Google e com este
preço, o Mate Xs perde competitividade. S.M.