Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1
EDIÇÃO 300

COMPREENDER O FUTURO


É IMPORTANTE PORQUE...


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Necessidade de uma vacina contra a
Covid-19 colocou os holofotes neste novo
método de reforço do sistema imunitário

VACINAS MRNA


Os especialistas já tinham alertado para esta
possibilidade e o pior dos cenários aconteceu
mesmo: um novo vírus precisou de poucos meses
para infetar quatro milhões de pessoas um pouco
por todo o mundo, matando mais de 320 mil pelo
caminho. O SARS-CoV-2, responsável pela doença
Covid-19, passou a ser o 'inimigo' número um de
muitos laboratórios de investigação. A necessidade
de uma vacina para imunizar a população, para
evitar um maior número de infeções e, acima de
tudo, um maior número de mortes, colocou os
holofotes num método que está a dar os primeiros
passos, mas que se acredita ser uma arma eficaz
contra esta e futuras pandemias: as vacinas
mRNA. Nas vacinas ‘tradicionais’ é necessária uma
amostra do próprio organismo (vírus ou bactéria)
ou da proteína que cria, que é ‘desativada’ ou
enfraquecida através de químicos. Quando é
introduzida no organismo, o corpo cria anticorpos
e aprende a defender-se daquele organismo. Nas
vacinas mRNA, o que é introduzido no corpo é
um mensageiro de ácido ribonucleico (mRNA na
sigla em inglês), que contém informação genética
sobre o vírus e engana o corpo para que seja

“COMPREENDER
O FUTURO”
é uma parceria
entre a
Exame Informática
e a Huawei
que promove
a explicação
de novos conceitos
da Tecnologia

Por serem mais fáceis e mais rápidas de
produzir, as vacinas mRNA podem ter um
papel preponderante na contenção de
doenças mortais e no salvamento de
vidas. Ainda há incertezas relativamente
ao método, pela novidade que representa
a nível clínico, mas podem ser
fundamentais a evitar futuras pandemias

ele próprio a produzir a proteína do 'visitante'
agressor. Como estas proteínas são 'solitárias',
não têm capacidade para formar o vírus. Assim
que o sistema imunitário do corpo deteta estas
proteínas, produz anticorpos de defesa – quando o
vírus infetar efetivamente aquela pessoa, o corpo
já sabe quais os anticorpos necessários. As vacinas
mRNA são consideradas, em teoria, mais seguras
para o paciente, por não introduzir elementos
infecciosos no corpo, e são também mais rápidas
e baratas de produzir, já que não exigem a criação
e o enfraquecimento do próprio vírus. Apesar
de ainda não ser conhecido o melhor método
de administração, as vacinas mRNA podem ser
executadas por injeção com ou sem seringa,
diretamente no sangue, músculo ou órgão, ou via
um spray nasal. Atualmente existem duas vacinas
mRNA, entre as mais de 50 que estão a ser criadas,
para combater o novo coronavírus: uma pela
empresa americana Moderna e outra pela alemã
CureVac. Caso uma destas venha a ser aprovada,
será a primeira mRNA a chegar ao mercado.
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