Exame Informática (Junho 2020)

(NONE2021) #1
55

Um estudo recente publicado na revista
Proceedings of the National Academy of
Sciences concluía que, daqui a 50 anos,
mais de 1,2 mil milhões de pessoas terão
de viver sob calor insuportável devido
ao aumento da temperatura média, que
chegará aos três graus no final do século.
Este será um dos grandes motivos que
levará os humanos a olharem novamente
para o conceito de cidades-cúpula
(ou domed cities, em inglês). Imagine
a aldeia, vila ou bairro onde vive, mas
com uma grande cúpula a proteger essa
área. A ideia popularizou-se em 1960
quando o arquiteto futurista Buckminster
‘Bucky’ Fuller propôs a construção de
uma megacúpula em Manhattan, nos
EUA, para criar uma parte da cidade
mais sustentável e menos poluída. A
ideia voltou a ser proposta em projetos
arquitetónicos ao longo das décadas
seguintes, mas nunca foi concretizado.
O mais próximo que existe é o Eden
Project (na imagem), no Reino Unido,
que está entre as maiores estufas de
plantas do mundo. Mas a ideia não
morreu. Em Seattle, junto à sede da
Amazon, existem três cúpulas gigantes,
as Spheres, que funcionam como um
escritório da empresa. Lá dentro existem
40 mil plantas oriundas de 50 países e
o ambiente, de temperatura e humidade
controlada, faz parecer que estamos
numa floresta em plena metrópole. E
à medida que a raça humana torna-se
interplanetária, usar cidades-cúpula para
garantir a vida noutro planeta deverá
fazer com que o conceito se popularize
na Terra. No Dubai está a ser construída
a Cidade Científica de Marte, uma
cidade-cúpula para testar aquilo que
será, um dia, a vida no planeta vermelho.
Os avanços em energias renováveis
e nanotecnologia, para a criação de
infraestruturas simples e robustas
tornam a ideia de um megacondomínio
tecnológico possível. R.R.F.

Se há tecnologia que vai mudar nos
próximos anos é a Internet, pois será a
infraestrutura base para muitos outros
avanços. As velocidades de acesso vão
continuar a aumentar: o protocolo Wi-Fi
7, previsto para 2024, deverá garantir
ligações até 30 Gbps, três vezes mais
do é possível com os standards atuais.
Também a sexta geração de redes
móveis (6G) já está a ser desenvolvida,
incluindo nos Altice Labs, em Aveiro.
Empresas como a Ericsson e a
Huawei apontam para a chegada
do 6G apenas na década de



  1. “Andaremos entre os
    500 GigaBits e um TeraBit
    por segundo”, explicou
    recentemente Alcino
    Lavrador, diretor do Altice
    Labs, à Exame Informática.
    Mas se melhor Internet, por
    fio e sem fios, é expectável,
    há outras revoluções em
    marcha. Em 2024, a SpaceX vai
    concluir a primeira fase do projeto
    Starlink, uma constelação de satélites
    para distribuir Internet sem fios de
    alto débito e baixa latência – que até
    dá para jogos – para qualquer lugar no
    planeta, incluindo os de acesso remoto.
    E não esquecer a Internet quântica. À
    medida que são dados mais passos na
    computação quântica, será necessária
    uma Internet que acomode as
    características únicas destes sistemas.
    A Internet quântica vai representar
    um salto geracional de segurança
    e privacidade. Graças a conceitos
    como o entrelaçamento quântico, as
    comunicações dessas redes serão
    ultrasseguras e, em teoria, invioláveis.
    Mas nem tudo é brilhante no futuro
    da Internet. Prepare-se para assistir a
    uma ‘balcanização’ desta tecnologia e
    ao surgimento de intranets de escala
    nacional. A Rússia já disse ter testado
    com sucesso a sua própria internet e o
    número de apagões noutras nações tem
    vindo a aumentar de ano para ano. R.R.F.


VISIONÁRIOS


CELSO


MARTINHO
A empresa que fundou
e lidera, a Bright Pixel,
é das mais ativas na
aposta em soluções
de blockchain, a
tecnologia que vai
transformar dezenas de
indústrias. Pelas mãos
da Bright Pixel já se
concretizou, em 2017,
a maior experiência
de blockchain em
Portugal, quando 1200
pessoas viveram numa
‘sociedade’ paralela
(um evento) na qual a
economia e as votações
foram todas baseadas
em blockchain. A
empresa também
foi responsável pela
criação da plataforma
Govtech, um programa
de apoio a projetos de
empreendedorismo
social e que marcou
o primeiro 'teste' do
Governo com esta
tecnologia. Além do
pioneirismo em Portugal,
a Bright Pixel lidera
um consórcio europeu
que vai investir 800 mil
euros em 60 empresas
de blockchain. Por ter
este papel tão ativo
na tecnologia que vai
potenciar a web 3.0, e
por ter transformado o
ecossistema português
na era da web 2.0,
Celso Martinho e os
restantes elementos
da Bright Pixel são o
ponto de referência
a ter em conta sobre
as mudanças que a
blockchain vai trazer
para as nossas vidas.

O SEU PRÓXIMO


OPERADOR DE


INTERNET PODE


CHAMAR-SE


STARLINK


VIVER DENTRO


DE UMA BOLHA – NA


TERRA E EM MARTE

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