Exame Informática - Portugal - Edição 303 (2020-09)

(NONE2021) #1
69

OS NÚMEROS


DO LIXO


OS PASSOS


DA MISSÃO


CLEARSPACE^4300
SATÉLITES NO ESPAÇO

3100
SATÉLITES OBSOLETOS

28 000
KM/H VELOCIDADE A QUE
SE MOVEM PELO ESPAÇO

34 000
OBJETOS COM MAIS DE 10 CM
DE DIÂMETRO E FEITOS
PELO HOMEM SÃO
MONITORIZADOS NA SUA
ÓRBITA À VOLTA DA TERRA

100
MILHÕES DE PEÇAS DE LIXO
ESPACIAL EM ÓRBITA

ENCONTRAR
o satélite, que se desloca
a 7Km/s, a 720 km de altitude,
e monitorizá-lo. São usados
radares e por vezes telescópios

CAPTURAR
o objeto com uma espécie
de braços metálicos que agarram
o satélite ou pedaço de nave

que neste momento cessassem todos os
lançamentos, a quantidade de lixo espa-
cial continuaria a aumentar, uma vez que
de cada colisão entre objetos perdidos
‘nascem’ novos pedaços detritos que
podem, por exemplo, atingir a Estação
Espacial Internacional.


AGARRAR OU ATINGIR COM LASER
A estratégia que será agora testada pela
ESA, naquela que será a primeira mis-
são de demonstração de um programa
planeado para continuar em atividade,
será a remoção do detritos de maior di-
mensão. O alvo da Clear Space-1 será
o Vespa, o andar superior do foguetão
Vega, que ficou numa órbita entre os 800
e os 660 quilómetros de altitude, depois
de um voo em 2013. Com cem quilos e
o tamanho de um pequeno satélite, tem
uma forma cónica um construção resis-
tente que fazem dele um bom candidato
a primeiro alvo. No entanto, o plano é ir
alargando as missões de recolha de lixo


material será capturado e arrastado até à
atmosfera, sendo destruído pelo contacto
com o ar, qual estrela-cadente.
Uma empresa japonesa de telecomuni-
cações, a Sky Perfect JSAT, está a apostar
numa estratégia diferente, que passa pela
utilização de um laser para desviar os
objetos da sua órbita. O plano prevê o
lançamento de um satélite, em 2026,
que irá irradiar à distância a peça de lixo
com um feixe de laser, de forma a alte-
rar a sua órbita para que o objeto desça
até à atmosfera terrestre, onde entrará
em combustão. Um método seguro e
económico alegam os responsáveis da
empresa, numa apresentação feita no
início do mês de agosto, que assume a
missão de contribuir para a manuten-
ção da sustentabilidade do ambiente
espacial, resolvendo o problema do lixo
espacial. O governo e a agência espacial
japonesa são, desde a primeira hora,
parceiros desta missão porque até o Es-
paço é finito. Sara Sá

a outro tipo de objetos mais desafiantes
e com formato menos certinho.
Oito países, incluindo Portugal, fazem
parte do consórcio. Os restantes são:
Suíça, Reino Unido, República Checa,
Alemanha, Polónia, Roménia e Sué-
cia. Desde 2012 que a Clear Space está
a desenvolver tecnologia para capturar
e remover da órbita satélites em fim de
vida, andares de foguetões, componente
de painéis solares e porcas e parafusos
perdidos. No caso do foguete Vespa, o

REMOVER
o satélite obsoleto, deixando a sua
órbita livre para um outro que esteja
operacional e eliminando o risco de
colisão. O objeto destrói-se quando é
forçada a sua reentrada na atmosfera

REPETIR
o procedimento, graças ao caráter
de reutilização da missão
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