(20201000-PT) Exame Informática 304

(NONE2021) #1
70

COMO


ESCOLHER


UM CARRO


ELÉTRICO


C


onsiderando o preço elevado e os custos asso-
ciados, a escolha de um automóvel deve resultar
de uma análise cuidada. O que também é, na-
turalmente, válido para os veículos elétricos. Além das
questões comuns aos outros automóveis, há que considerar
características específicas desta tecnologia:

AUTONOMIA
Ainda não é possível falar de carros elétricos sem falar
da autonomia. No entanto, boa parte dos modelos mais
recentes já apresentam autonomias reais superiores a 300
km, o que significa que, para a esmagadora maioria dos
condutores, a autonomia deixou de ser uma limitação
real. Até porque, com o expandir da rede de carregamento
rápido, é fácil acrescentar autonomia em viagens muito
longas. Há diferentes formas de expressar a autonomia
e esta varia de acordo com condicionantes como o estilo
de condução, tipologia das estradas ou até condições
meteorológicas. Certifique-se que não está a ‘comparar
alhos com bugalhos’. Verifique qual o standard que foi
usado para medir a autonomia. Atualmente, o mais usado
é o WLTP, que apresenta resultados mais realistas que o
método NEDC. Para verificar e comparar as autonomias
reais em diferentes tipos de condução, recomendamos o
site ev-database.org. Atenção que a autonomia depende
muito da capacidade e baterias de maior capacidade ten-
dem a ser mais caras. Como as baterias representam uma

percentagem importante do custo de um veículo elétrico,
optar por um VE com autonomia acima das necessidades
pode representar um investimento sem grande sentido.
Por exemplo, se faz, em média 40 ou 50 km por dia e só
raramente faz mais que 200 km, para quê comprar um
carro elétrico com autonomia de 400 km? Até pode ser
contraproducente porque uma bateria maior representa
mais peso, o que leva a consumos mais elevados.

EFICIÊNCIA/CONSUMO
Nos VE, ainda é muito comum analisar-se apenas a au-
tonomia e não o consumo. O que não faz sentido. Aliás,
basta considerarmos que pouca gente se preocupa com
a autonomia máxima de um carro a gasolina, mas prati-
camente todos se preocupam com o respetivo consumo.
Consumos de energia mais baixos, um valor expresso em
kWh/100 km (o equivalente dos elétricos a litros/100 km
dos veículos tradicionais), representam, naturalmente,
menos custos. Mas há outras vantagens: maior autonomia
para a mesma capacidade de bateria e, muito importante,
potencial para carregar mais depressa. Isto porque se
um carro elétrico consumir 20 kWh/100 km e carregar
a uma potência média de 40 kW, uma hora ligado ao
carregador permitirá recuperar 40 kWh (40 kW x 1h), o
que representa 200 km de autonomia para um consumo
médio indicado. Mas se o mesmo carro consumir apenas
15 kWh/100 km, então na mesma hora será possível
recuperar cerca de 270 km de autonomia. Esta caracte-
rística é tão mais importante porque os nossos testes têm
demonstrado que há diferenças grandes de eficiência.

VELOCIDADE E MODOS DE CARREGAMENTO
Esta é uma característica que conduz a muitas confusões,
já que nem sempre é fácil compreender as diferenças
entre potências e tipos de carregamento. Sobretudo para
quem não está familiarizado com a linguagem técnica.
Em resumo, o que precisa de saber é quais as velocidades
de carregamento em cada tipo de carregador, desde a
tomada lá de casa até aos postos de carregamento rápidos
(ou mesmo ultrarrápidos). Em regra, as marcas indicam

VOLKSWAGEN ID.3

SABER MAIS
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por exemplo, ficar a saber
como utilizar a rede Mobi.E,
analisar em pormenor os
custos totais de propriedade
e dominar a linguagem
técnica e os conceitos.
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