(20201100-PT) Exame Informática 305

(NONE2021) #1
31

A nova
dobradiça
permite manter
diferentes
ângulos de
abertura e
reduziu a marca
da dobra no ecrã

Q


uando testámos o primeiro Fold
dissemos que tinham sido feitas
várias concessões importantes
para se conseguir chegar ao
dobrável. Com destaque para a grande
moldura em redor do ecrã principal,
marca da dobra muito visível, espessu-
ra exagerada e ecrã exterior pequeno.
Atenção: o primeiro Fold foi um produto
revolucionário, que vai ficar na história
dos dispositivos móveis, mas tinha os
defeitos típicos de uma primeira geração.
Esperávamos uma melhoria conside-
rável no Z Fold 2. Mas podemos dizer já
que a evolução foi superior à antecipada.
A maioria das concessões foram resolvi-
das e o Fold 2 já parece um smartphone
‘maduro’. Mais do que seria de esperar
de uma segunda geração da tecnologia.
Nunca é demais sublinhar que este é um
smartphone com ecrã dobrável. Algo
que parecia ficção científica há poucos
anos e que continua a desafiar os nossos
sentidos. Há qualquer coisa que não nos
parece natural quando vemos um ecrã a
dobrar à nossa frente.

ECRÃ PRINCIPAL À GRANDE
As melhorias no ecrã central, o tal que
se dobra, são várias e importantes: há
mais área de ecrã disponível, maior re-
solução, maior fluidez (até 120 Hz) e,
muito importante, menos marca da do-
bra. Não tanto em profundidade, mas
em largura. De outro modo, a marca
da dobra está mais estreita, embora se
note perfeitamente ao toque. Torna-se
quase invisível quando olhamos para o
ecrã de frente, mas basta inclinarmos
um pouco o ecrã para se tornar eviden-
te. Ainda assim, preferimos ‘mil vezes’
esta pequena marca a qualquer moldura
física, por mais estreita que seja, como
acontece em sistemas com dois ecrãs
articulados. O que não evoluiu foram os
reflexos, ainda muito evidentes. Também
não gostámos do modo como este ecrã
‘agarra’ impressões digitais.
A área do ecrã é tão vasta, que torna,
na prática, o Fold 2 um tablet de bolso.
E logo pensámos: como seria bom que a

Samsung tivesse adicionado o estilete, e
respetiva funcionalidade, que acompa-
nha o novo Note. É que no Fold 2 ainda
há mais espaço para tomar notas e dese-
nhar. Na prática, temos o equivalente a
um bloco de notas já razoável. Mas logo
concluímos: “mmm, se aquela depressão
da dobra já se sente bem com o dedo, seria
demasiado penalizadora da experiência
de se usar um estilete”. O que compro-
vámos quando tentámos usar um estilete
‘universal’: o pequeno vale provocado
pela dobra do ecrã estraga a experiência.
É o equivalente a desenhar sobre uma
cartolina que foi dobrada porque se sente
muito quando se passa o lápis pela zona
do vinco que resulta da dobra.
A margem mínima, muito mais próxi-
ma do que estamos habituados a ver em
smartphones ‘normais’ de segmentos
superiores, é conseguida também por-
que a Samsung optou por uma câmara
de selfies tipo furo. Bem melhor que a
monocelha descentrada do primeiro
Fold. Mas, numa opinião que sabemos
ser polémica, preferíamos viver sem
esta câmara de selfies e, desse modo,
ter o ecrã imaculado. Até porque há outra
câmara de selfies no ecrã exterior. Na
verdade, nem era preciso qualquer câ-
mara dedicada aos selfies já que, quando

aberto, o ecrã exterior pode ser usado
para fazer o preview, o que significa que é
possível usar as câmaras principais como
câmaras de selfies. Mais uma vantagem
de um dobrável.

MAIS TEMPO FECHADO
Uma das maiores críticas que fizemos ao
primeiro Fold foi a reduzida dimensão do
ecrã exterior. Na prática, o Fold da pri-
meira geração obriga-nos a abrir sempre
o aparelho quando queremos usar uma
app. Era importante ter um ecrã exterior
maior, o que foi conseguido neste Fold 2.
Um ecrã muito alongado, é certo, mas
com área q.b. para se evitar a utilização
constante do ecrã principal. Durante os
dias do teste, não abrimos o Fold 2 para,
por exemplo, ler mensagens, tirar fotos ou
até mesmo consultar as redes sociais. O
que não só é um ganho de funcionalidade,
mas também ajuda a evitar o desgaste do
sistema de dobragem. Num cálculo por
alto, usámos o ecrã exterior cerca de 60%,
senão mais, do tempo em que utilizámos
o Fold 2. No entanto, as 6,2 polegadas de
diagonal do ecrã exterior, um valor muito
generoso, são um pouco enganadoras
porque muitas apps não se adaptam bem
ao já referido formato alongado.
Outra irritação prende-se com as
arestas vivas das margens deste ecrã.
Há uma descontinuidade entre o vidro
e o chassis e, quando se passa por ali os
dedos em movimentos de swipe, sente-
-se e bem. Obviamente que está longe
de ser suficiente para causar feridas, mas
é desconfortável.

DOBRADIÇA CONVINCENTE
Uma das melhorias mais evidentes não
está na eletrónica, mas sim na mecâni-
ca. Referimo-nos à nova dobradiça que
permite a dobragem do ecrã. Enquanto
no Fold 1 o sistema fazia uns cliques me-
tálicos, que indicavam que o ecrã estava
fixo na posição aberto ou fechado, agora
temos uma solução semelhante à adotada
no Galaxy Z Flip: podemos deixar o ecrã
aberto em, praticamente, qualquer ân-
gulo e a posição é mantida. Não há sons
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