(20201100-PT) Exame Informática 305

(NONE2021) #1
NOVEMBRO 2020 EX AME INFORMÁTICA

52
NOVEMBRO 2020 EXAME INFO

52

Não é raro uma prótese do membro inferior ter de
ser afinada meia dúzia de vezes até que esteja bem
ajustada ao corpo. Enquanto isto não acontece,
são precisas várias visitas à clínica ortopédica
e o utilizador vai sofrendo dores e desconforto.
Frederico Carpinteiro teve uma consciência clara
destas dificuldades quando ainda era estudante de
Bioengenharia da Universidade do Porto.
Juntou-se a Mário Espinoza, outro engenheiro
biomédico que na altura trabalhava em sensores
de pressão para pé diabético, e ambos criaram
a Adapttech. Tornara-se claro, após algumas
conversas com fabricantes de próteses, que havia
uma necessidade na área e que fazia sentido saltar
da academia para a aplicação. A solução não tardou:
um dispositivo que regista as zonas de pressão e
de dor na superfície de contacto entre a prótese e o
corpo. Os sensores colocados no sistema registam
a informação, que é recolhida e analisada por um
software. Com base nestes dados precisos de
distribuição da pressão, o técnico consegue desenhar
a prótese com um rigor impossível de atingir tendo por
base apenas o feedback do cliente. Depois de algumas
tentativas frustradas de angariação de capital,
conseguiram dar o salto quando a Hovione Capital
decidiu investir na empresa. “Foi nesta altura que
começámos a expandir”, conta Frederico Carpinteiro.
Hoje o sistema INSIGHT inclui um scanner a laser
que produz um modelo 3D do interior da prótese, um
dispositivo vestível que se agarra ao contorno da
prótese, sensores de pressão e uma aplicação que
recolhe e analisa os dados, enviados por bluetooth,
desenhando um mapa de pressão preciso e detalhado.
Produzido no Porto, nas instalações da empresa, o
INSIGHT tem marcação CE, foi aprovado pela FDA
(organismo americano que regula os medicamentos,
terapias e dispositivos) e já está a ser vendido
na América e no Canadá, através do “maior
distribuidor independente da América”,
revela Frederico Carpinteiro.


COMO UMA LUVA


DE OLHO NO


CORONAVÍRUS


A tecnologia e-CoVig mede e regista sintomas
de pessoas infetadas, alertando o médico
ou o enfermeiro caso haja um agravamento
do problema. O sistema permite assim dar
alguma folga aos profissionais de saúde no
acompanhamento diário dos casos positivos
a cumprir isolamento em casa. Este inverno
representará um gigantesco desafio para o
Serviço Nacional de Saúde. Nos hospitais, mas
também fora deles, com milhares de pessoas
que testaram positivo para o coronavírus a
serem seguidas diariamente, pelo telefone,
por um médico ou enfermeiro. Repetem-se as
perguntas dia após dia: tem febre, falta de ar,
tosse... enquanto durar a quarentena. Ou seja,
até que a pessoa volte a ter um teste negativo
para a Covid-19. Este trabalho rotineiro e muito
consumidor de recursos pode muito bem ser
feito por uma solução tecnológica, como é o caso
da e-CoVig. Financiada pela Fundação para a
Ciência e Tecnologia e desenvolvida por Hugo
Silva, do Instituto de Telecomunicações (IT), João
Sanches, do Instituto de Sistemas e Robótica,
e João Valente, da empresa BrainAnswer, o
sistema permite fazer a monitorização remota
de pacientes com Covid -19, através de uma
aplicação instalada no telemóvel. São recolhidos
dados de oximetria, temperatura, ritmo cardíaco e
padrão de respiração, que permitem acompanhar
a evolução a infeção. Esta informação é analisada
e armazenada pela tecnologia de gestão de dados
fisiológicos já existente, BrainAnswer, com envio
ADAPTTECH de informação para o médico assistente.
PROJETO: INSIGHT
FINALIDADE: DISPOSITIVO QUE PERMITE
MELHORAR PRODUÇÃO DE PRÓTESES
LOCAL: PORTO

TÉCNICO
PROJETO: E-COVIG
FINALIDADE: APLICAÇÃO DE SEGUIMENTO DE PACIENTES COM COVID
LOCAL: LISBOA

FREDERICO CARPINTEIRO
Free download pdf