SETOR
ENERGIAS
RENOVÁVEIS96APREN
AS MAIORES DO PORTUGAL TECNOLÓGICO
MISSÃO: PRODUZIR
ENERGIA CADA VEZ
MAIS VERDE
A APREN nasceu para dar voz ao setor
da produção de electricidade a partir
de fontes renováveis. Hoje, representa
cerca de 90% da potência instalada no paísTex t o Helena C. Peralta Foto D.R.A
s energias verdes estão, atualmente, na agenda
de quase todos os países do mundo. Em prol da
sustentabilidade do planeta e da redução da pe-
gada carbónica, a produção de energia através de
fontes renováveis tem tido um papel preponderante nesta
luta contra o tempo. O Acordo de Paris, assinado em 2015,
estabeleceu objetivos de longo prazo para a contenção do
aumento da temperatura média global, e um dos eixos para
atingir esse objetivo é a aposta na produção da chamada
energia limpa. Portugal é um país que tem na sua génese
este tipo de energia, já que, historicamente, a produção de
eletricidade assentava na produção hídrica, através de um
plano nacional de construção de barragens.
Além deste, outros modos de produção renovável foram
surgindo e, em 1988, justificou-se a criação da APREN – As-
sociação Portuguesa de Energias Renováveis, com o objetivo
de dar voz aos produtores e assim promover esta forma de
geração eléctrica. Atualmente, a associação representa mais
de 90% do total da potência instalada de fontes de geração de
eletricidade renovável, o que lhe dá uma maior capacidade
para propor soluções e sugestões de conteúdos para elaboração
de políticas que sustentem a progressão do setor. “Um dos
nossos grandes objetivos é o trabalho e diálogo contínuos
com os organismos oficiais e com a tutela, colaborando na
implementação de políticas energéticas para Portugal”, ex-
plica Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN.
A associação, agora premiada pela Exame Informática pela
sua atuação no setor, desenvolve várias atividades, quer
periódicas quer pontuais, de promoção das energias renová-
veis. Entre elas, destacam-se a conferência anual, Portugal
Renewable Energy Summit e o Prémio APREN, uma iniciativa
que pretende distinguir e divulgar teses académicas rela-
cionadas com a eletricidade renovável. “Todo o trabalho de
A APREN, liderada por
Pedro Amaral Jorge, não se
limita a uma atuação nacional,
trabalhando com entidades
europeias e mundiaisdefesa do setor tem sempre o importante input e colaboração
direta dos associados, visando refletir as suas visões de forma
a representar uma única voz”, explica o presidente.
A APREN trabalha igualmente com entidades europeias
e mundiais, ajudando a traçar tendências, atualizando as
temáticas, o que possibilita “o acompanhamento da políti-
ca energética europeia e da evolução do setor, bem como a
representação da nossa visão junto do Parlamento, Comissão
e Governos Europeus”. Com o seu esforço, ao longo destas
mais de três décadas de atividade, este setor tem estado na
pole position para a criação de riqueza no país, potenciando
uma economia competitiva, justa e de baixo carbono, defende
o seu presidente.
Agora os desafios que se avizinham são grandes tendo em
conta o compromisso de Portugal em atingir a neutralidade
carbónica até 2050. O percurso para a concretização destes
objetivos é longo e enfrenta importantes barreiras, não só
em restrições técnicas para expansão do setor, como em
barreiras regulatórias que urgem revisão e simplificação.
Além disso, os impactos da pandemia de Covid-19 são ainda
uma incógnita, porém a Europa continua a seguir com o seu
Green Deal, assumindo-o como o posicionamento estratégico
para o futuro e impondo o mínimo de atrasos possíveis, e a
APREN apoia esta visão, que considera ser a melhor forma de
minimizar os efeitos nefastos desta crise sanitária e económica
mundial na indústria. ■