Exame Informatica 01.02.2021

(NONE2021) #1
80

NOTA FINAL

ALTOS E BAIXOS

+

PS5 (testado), PS4,
PC, macOS, iOS

A


ssim que começamos a ouvir os ritmos
tribais da música do menu inicial senti-
mo-nos a entrar num transe hipnótico.
Só o áudio já é eficaz a transportar-nos para um
ambiente esotérico e esse imaginário é reforçado
quando começamos a jogar The Pathless e nos depa-
ramos com uma arte gráfica diferenciadora – linhas
simples e cativantes, cores fortes, quase como uma
banda desenhada de autor. Este título da Giant Squid
tem, claramente, mais ar de jogo indie do que AAA
e coloca-nos na pele de uma Caçadora que tem de
explorar uma ilha mística para libertar a Natureza
das trevas que estão a tomar conta do planeta.
Não é preciso muito tempo de jogo para perceber
que The Pathless é um título que requer um utili-
zador empenhado. Estamos numa ilha em mundo
aberto, mas não é disponibilizado um mapa com
informação que nos ajude na exploração, a aposta é
que o jogador esteja atento. Também não é fornecida
grande informação sobre a jogabilidade, é como
se o utilizador tivesse de embarcar nesta aventura
cheio de vontade de explorar: não só o espaço físico
como a forma de jogar.

“THE EAGLE HAS LANDED”
O jogo assenta basicamente em duas premissas:
exploração e resolução de puzzles. E esta é uma
faca de dois gumes. Por um lado, a sensação de
liberdade é imbatível. Por outro, ou nos sentimos
rapidamente atraídos por este universo ou dificil-

mente vamos encontrar motivos para voltarmos
a ligar a consola e carregarmos The Pathless com
frequência. Confesso que me insiro neste segundo
grupo. Reconheço méritos ao jogo, mas senti que
faltou algo para me ‘prender’ definitivamente a ele.
Apesar disso, gostei da mecânica de deslocação da
nossa Caçadora. É que ao longo da ilha existem uns
alvos e podemos usar o arco para disparar para eles;
quando acertamos deslocamo-nos mais depressa e
conseguir disparos encadeados torna a experiência
de uma fluidez cativante. E não é preciso grande
pontaria, já que o foco no alvo é automático. Cedo
também arranjamos uma águia como companheira
de aventura, pelo que depois podemos usar a ajuda
dela para nos deslocarmos pelo ar.
Outro ponto positivo é a capacidade de usar uma
máscara que transforma a forma como vemos o
mundo. Isto permite não só descobrir passagens
secretas como indicadores de locais que precisam
de ser ‘curados’. O enredo não nos cativou imedia-
tamente, já que a história dos espíritos corrompidos
e das trevas nos pareceu excessivamente vaga. E
experienciámos algo semelhante com os quebra-ca-
beças. Resolvemos uns, outros eram mais difíceis,
mas nenhum deles nos deixou particularmente
intrigados e com uma forte vontade de insistir até
avançarmos. The Patheless é, no fundo, um jogo
com méritos, mas para o qual é preciso entrar com
o espírito certo para se tornar uma experiência
recompensadora. Paulo Matos

ESPÍRITO EXPLORADOR


Uma experiência de jogo minimalista e diferenciadora num mundo aberto que
fomenta a curiosidade exploradora do jogador. Mas que não apela a todos

THE PATHLESS €49,99

Esta música tem um
apelo encantatório...
Parece que fumei
qualquer coisa

Uma experiência
diferenciadora:
da arte visual
à jogabilidade
sem violência

Entregues a nós
mesmos, há pouco
enquadramento

Falta um golpe
de asa para nos
prender mais ao jogo

3,4

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