UMA EQUIPA DE
CIENTISTAS COORDENADA
PELO ESPECIALISTA EM
BIOSSENSORES,
PAULO ROCHA, CONSEGUIU
CONVERTER A
COMUNICAÇÃO ENTRE
ALGAS UNICELULARES EM
ELETRICIDADE. ESTA NOVA
FORMA DE ENERGIA, 100%
VERDE, SERÁ INVESTIGADA
NA UNIVERSIDADE
DE COIMBRA, GRAÇAS
À ATRIBUIÇÃO DE UMA
BOLSA EUROPEIA
H
á momentos em que nolaboratório de Paulo Ro-cha o silêncio tem de serde tal ordem que até osespirros estão proibidos. O enge-nheiro de sistemas e informática eatualmente professor na Universi-dade de Bath, no Reino Unido, ri-sequando relata a curiosidade. Mas nãose trata de um exagero de linguagem.O seu mundo é o dos microvolts,tensões elétricas tão baixas que sóeliminando todo o ruído exterior eusando sensores muito sofisticados épossível medir. Esta capacidade quePaulo Rocha tem vindo a desenvol-ver pode ter aplicações tão diversasque vão da Medicina à Energia, nummundo novo e completamente porexplorar.No dia em que mediu sinais elé-tricos em células do cérebro tevea certeza de que queria continuara trabalhar em investigação nestaárea. Num dos primeiros projetos emque esteve envolvido, Paulo Rochaconseguiu medir impulsos elétricosem células da glia – células do sis-tema nervoso central que se julgavaserem inertes. Uma descoberta quepode ter implicações no tratamentoPOR SARA SÁ FOTOS D.R.Algas como as diatomáceas causam o fenómeno de
bloom, uma multiplicação descontrolada. Quantomais algas, maior a intensidade da comunicação