digital terão dificuldade em integrar-se nas
cadeias de valor globais e impedirão as em-
presas de explorar as tecnologias de previsão
em todo o seu potencial.
A queda do preço da previsão faz aumen-
tar a relevância dos seus produtos e serviços
complementares (sensores, comunicações e
processamento), e em consequência, os in-
vestimentos nestas áreas mantêm-se bastante
ativos. Os sensores industriais tradicionais
limitam a recolha de dados a alguns parâme-
tros úteis, mas são insuficientes para caracte-
rizar com profundidade a dinâmica industrial.
Avanços importantes em visão computacio-
nal, uma das áreas tecnológicas onde o ML
é mais proeminente, permitem a utilização
de sensores de imagem enquanto dispositi-
vos autónomos de identificação de objetos
e eventos sem necessidade de intervenção
humana na observação da imagem. Estes no-
vos dispositivos, que integrarão sensores de
imagem acoplados a sensores coadjuvantes,
serão fundamentais para a recolha de dados
não anteriormente possíveis por outros meios,
aliando a vantagem de que apenas um sensor
pode servir vários propósitos, recolhendo da-
dos de diferentes tipos e valorizando-os com
informação contextual. Esta nova abordagem
no emprego de sensores de imagem, em coo-
peração com tecnologias como o RFID, tornar-
-se-á imprescindível para suprir a necessidade
de dados abundantes dos sistemas ciberfisicos.
Ao mesmo tempo, a evolução nas tecnologias
de comunicação mantem-se bastante ativa
com a chegada do 5G, que promete facilitar a
transferência de dados entre as novas gerações
de sensores e os centros de processamento
através de maior velocidade e segurança.
Sabemos que tem uma importante vantagem
competitiva quem conhece melhor as carac-
terísticas do sistema em que está inserido e
compreende como as influenciar por forma
a otimizar os resultados. A competitividade
industrial não é exceção. Todas estas tecno-
logias estão a confluir para tornar a previsão
numa atividade essencial na competitividade
da indústria e quaisquer iniciativas para a sua
modernização não podem deixar de a con-
templar. Será uma decisão estratégica trocar o
custo reduzido (ou nulo) da previsão subjetiva
e empírica atual pelo custo das tecnologias
que sustentam previsões objetivas. A queda
do custo da previsão e as novas características
dos sensores e tecnologias de telecomunica-
ções estão, eventualmente, a fazer pender a
balança a favor da implementação de sistemas
ciberfísicos. Nesse sentido, é certo que estará
melhor preparada para os desafios do futuro
a indústria que primeiro inicie a sua jornada
ciberfísica.