PCGuia265-Fevereiro-2018-opt

(NONE2021) #1
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Mas afinal o que
é a Bitcoin e as
criptomoedas?
Está farto de ler
notícias sobre
moedas virtuais
e ainda não
descobriu o que
são e para
o que servem?
Vamos ajudá-lo
a perceber tudo.

BITCOIN


POR GUSTAVO DIAS

A TECNOLOGIA DESCOMPLICADA

DESCOMPLICÓMETRO


Q


uando foi lançada em 2009, a Bitcoin
foi a primeira moeda virtual do tipo
criptomoeda descentralizada, ou seja,
que dispensava o uso e controlo tradicional do
actual sistema bancário. Esta solução permitia
(e permite) a existência de transações financeiras
sem intermediários, evitando assim controlos
financeiros, governamentais e a aplicação
das tradicionais taxas de cambio e comissões
bancárias. Actualmente, a Bitcoin pode ser
usada em compras de serviços e produtos na
Internet, existindo até lojas físicas, alojamentos
e restaurantes que já aceitam o pagamento de
serviços com Bitcoins. Poderá usar a página
coinmap.org que até ao momento, identifica 33
estabelecimentos na região da grande Lisboa que
aceitam esta moeda virtual.

A CRIAÇÃO DA MOEDA

A criação de Bitcoins, ou qualquer outra moeda
virtual, é designada ‘mineração’, e não é mais
do que a utilização de indivíduos, voluntários,
que usam um ou vários computadores para
decifrar complexas equações criptográficas,

que correspondem às várias transacções. Estas,
quando concluídas, são inscritas numa espécie
de livro de registos inviolável, designado
‘blockchain’, que vai considerar cada registo
ou linha como um block. Quando os blocks são
adicionados à blockchain, estes passam a ser
permanentes e invioláveis, garantindo desta
forma a integridade da moeda, fundamental para
a sua valorização.

LONGE DOS BANCOS

Face às transações de dinheiro real, as transações
de moedas virtuais dispensam o uso de uma
entidade central, visto que todas as transações
já estão, só por si, autenticadas a partir do
momento em que foram adicionadas ao block-
chain. Ao dispensar a utilização de uma
entidade central no momento das transações,
são dispensadas as comissões habitualmente
cobradas pelas entidades, ao mesmo tempo que
as mesmas podem ser processadas de forma
totalmente anónima, uma situação que muitos
especialistas consideram como sendo um
“pau de dois bicos”.

INSTABILIDADE

Depois de terem valorizado de forma
impressionante, ao atingir um valor máximo
superior a dezanove mil dólares em Dezembro,
esta (e outras moedas virtuais) tem vindo a
cair de forma significativa, após o anúncio
do bloqueio de todo o tipo de transações com
esta moeda virtual por parte dos governos da
Coreia do Sul e China. Estas medidas têm como
objectivo, segundo o ministro das finanças
sul-coreano, contrariar o entusiasmo irracional
em torno destas moedas. Já a China assegura
que este bloqueio permitirá evitar a aplicação
de bitcoins em situações ilegais, como lavagem
de dinheiro e fuga aos impostos. Temos
ainda personalidades do mundo financeiro
como Warren Buffet a afirmar que as moedas
virtuais «terão um fim mau», ou a organização
internacional dos reguladores de mercados a
alertarem para os riscos das criptomoedas, que
são altamente especulativas e que colocam em
risco a totalidade do capital investido.

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