(20200600-PT) PC Guia

(NONE2021) #1
A Didimo conseguiu um investimento
de 4,4 milhões de euros no final
de 2019 e conta com investidores
como a Portugal Ventures,
a Farfetch UK Ltd e a Beta-i.

A Didimo é uma startup que resulta de «catrorze anos de investigação
na área de desenvolvimento de personagens virtuais» e que criou uma
tecnologia que permite a «criação automática de humanos digitais»,
esclarece à PCGuia, Verónica Orvalho, CEO e fundadora da empresa.
O nome, que significa ‘gémeo’ em grego, foi escolhido precisamente
porque o que a tecnológica faz é «criar modelos digitais realistas (didimos)»,
uma espécie de cópias de humanos, que podem ser usados em interacções
virtuais. Num mundo em que cada vez mais a comunicação é intermediada
pela tecnologia, a responsável sente que se está a «perder o lado humano».
A CEO diz que o objectivo da startup é muito claro: «A nossa missão
é precisamente colmatar a falta de características que são essenciais para
a individualidade humana, como as emoções, a expressividade e as subtilezas
de cada pessoa. No fundo, queremos tornar a comunicação virtual mais
orgânica, real e humana». A empreendedora acredita que «recorrendo
a atributos humanos será possível estabelecer relações mais confiáveis
entre as pessoas».

HUMANOS DIGITAIS EM DOIS MINUTOS
A tecnologia da Didimo, desenvolve humanos digitais de alta fidelidade «para
negócios e consumidores, de forma rápida e acessível». A fundadora revela
como funciona: «Compilamos todas as áreas envolvidas no processo de
criação de um avatar 3D - como a modelação, manipulação, textura,
animação 3D, entre outras – e as centenas de horas de trabalho a um único
processo». A solução é diferenciadora pela «qualidade e a rapidez com que
entregamos o produto final», salienta. Além dos «níveis de texturas, malhas
e captura de movimentos que os Didimos apresentam», há também o facto
de ser possível «criar um humano digital com apenas um clique», reduzido um
processo «de mais de quatrocentas horas de trabalho para menos de dois
minutos» e sem «envolver especialistas em design e engenharia
computacional».

APLICAÇÕES EM VÁRIAS ÁREAS
A tecnologia «tem potencial para ser usada em vários sectores, desde
o entretenimento à educação», sendo que, neste momento, estão «mais
focados no entretenimento, principalmente em videojogos e retalho, com
vários projectos a decorrer», explica Verónica Orvalho - a empresa já está,
inclusive, a negociar com empresas importantes: «Estabelecemos algumas
parcerias, nomeadamente com a Sony e a Amazon, tendo trabalhado em
jogos como o CeekVR e o Atom Republic para a PlayStation, entre outros,
que nos permitiram validar e afinar a tecnologia». Outras áreas em que estão
a trabalhar são nas de «digital fashion» e de «experiência de virtual try on» em
que querem «modificar a experiência das compras online, tornando-a o mais
imersiva, envolvente e precisa possível para o consumidor e, também,
reduzindo a taxa de devoluções para o fornecedor».

UMA SOLUÇÃO SEM FRONTEIRAS
A solução da Didimo não se cinge a um mercado por ser digital e, como tal,
«a internacionalização é um caminho que a empresa já está a percorrer».
De momento, a startup tem operação nos EUA e em Portugal. Em termos
de clientes, os «mercados-alvo são os EUA, Canadá, o Reino Unido e,
no continente asiático, China e Japão». A equipa tem 25 colaboradores,
mas prevê «a contratação de cerca de quinze pessoas para a área técnica»
e quer terminar «o ano com cerca de cinquenta colaboradores».
A Didimo espera, não só crescer em número de profissionais, mas também
«melhorar o produto e consolidar a presença no mercado».
Estes objectivos não são alheios à situação actual: «O contexto como o que
vivemos, fruto das circunstâncias impostas pelo novo Coronavírus, torna
ainda mais evidente a relevância dos humanos digitais, aplicados, por
exemplo, nas consultas à distância, no e-learning ou no acompanhamento
à população mais sénior. São razões mais que suficientes para antevermos
um futuro com mais Didimos». Para já, está previsto o lançamento no «final
de Maio» da nova versão da aplicação, para iOS e Android, «que permite, por
um lado, que qualquer utilizador crie o seu próprio Didimo», e, por outro, que
as empresas possam integrar esta solução em «larga escala».

DIDIMO


QUER TORNAR


AS INTERACÇÕES


VIRTUAIS


MAIS HUMANAS


NOME DA EMPRESA: DIDIMO
QUANDO FOI CRIADA: 2016
FUNDADORA: VERÓNICA ORVALHO
MISSÃO: TORNAR A COMUNICAÇÃO VIRTUAL
MAIS ORGÂNICA, REAL E HUMANA
SITE: MYDIDIMO.COM

A startup portuense cria versões
digitais de seres humanos de alta
fidelidade e quer ajudar a melhorar
a comunicação virtual para que esta
seja mais orgânica, real e humana.

20 PB


05 START-UP
MAFALDA FREIRE
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