PCGuia 300 - M

(NONE2021) #1

A METEOROLOGIA


DAS COISAS


A par da Internet das coisas existe o conceito da ‘meteorologia
das coisas’. Da mesma forma como qualquer aparelho
electrónico pode ser criado ou adaptado para tirar partido das
vantagens de estar ligado a uma rede digital, existem já vários
equipamentos locais de medição meteorológicas e sensores
mais genéricos que comunicam entre si para melhorar
significativamente a capacidade de previsão meteorológica,
num determinado local. Tirando partido da mais recente
inteligência artificial, os dados obtidos são conjugados
com os tradicionais métodos de imagem de satélite para
criar aquilo que se chama ‘meteorologia hiperlocal’.

A meteorologia hiperlocal tem uma aplicação de larga
escala nos mais diversos ramos de actividade empresarial,
melhorando a sua eficiência operacional, reduzindo custos
e minimizando os riscos de segurança. Empresas como
a Climacell ou a Remote Grid têm levado esta tecnologia
a actividades tão diversas como a agricultara, a aviação,
as energias renováveis e até mesmo à gestão urbana.

Além da sua aplicabilidade em ambientes profissionais, este
tipo de informação tem enormes vantagem para o nosso
dia-a-dia particular. Foi o que demostraram Adam Grossman
e Jack Turner, quando em 2015 lançaram, no Kickstarter,
a sua aplicação Dark Sky, que prometia, através de algoritmos
de análises sobre imagens de radar, prever com precisão
(até uma hora) a precipitação no local em que os seus
utilizadores se encontravam - tempo mais que suficiente
para procurar um abrigo ou planear com mais segurança
as nossas atividades no exterior.
Rapidamente, esta aplicação foi evoluindo para as mais
diversas plataformas, inclusivamente sob a forma de uma
API, com a qual, outras aplicações podiam tirar partido da
informação que recolhiam. Além disso, tinham planeado
fazer uso dos sensores dos smartphones (de utilizadores
que optassem na partilha desses dados) para melhorar
ainda mais a capacidade de previsão local e, assim, criar
uma inteligência de rede similar ao que acontece com o Waze.
O sucesso dessa aplicação foi tão grande, entre os
aficcionados da meteorologia (e não só) que, em Abril deste
ano, a Apple decidiu adquirir a Dark Sky. Mas, ao contrário
do que aconteceu com o Waze, quando foi comprada pela
Google, esta aquisição da Apple já veio trazer alterações
dramáticas, com o fim da API e mesmo das aplicações
próprias fora do seu ecossistema.

Sinceramente, não entendo o que é que a Apple tem
a ganhar em limitar esta aplicação apenas aos seus
utilizadores, especialmente numa área onde a integração
colaborativa pode trazer grandes benefícios económicos
e ambientais para todos. Mas, quem sabe um dia, alguém
que «pense diferente» me possa explicar.

André Gonçalves
[email protected]

CONCEITO
HUMANOIDE

CINCO PROJECTOS SELECCIONADOS
PARA A FINAL DO E-WASTE OPEN INNOVATION

Lançado pela ERP Portugal (entidade gestora de resíduos) e pela LG Portugal, com
o apoio da Startup Lisboa, este programa de mentoria incentivou empreendedores
a desenvolver soluções ligadas à reciclagem de resíduos de equipamentos eléctricos
e electrónicos (REEE). A Byewaste, plataforma tecnológica que facilita a reutilização
e reciclagem do e-waste num contexto porta-a-porta; a Personificação dos REEE, que
pretende personificar a reciclagem dos REEE utilizando uma plataforma de funding;
a Phone Hut, uma solução de re-commerce através de ecopontos smart; a Smartwaste,
um sistema de gestão de recolha selectiva de resíduos que usa Internet of Things;
e a Trash for Goods, uma plataforma de gamification que premeia práticas sustentáveis
foram os projectos seleccionados para a fase final do e-Waste Open Innovation. Durante
os próximos dois meses, os empreendedores irão desenvolver as suas ideias com apoio
de especialistas e recursos técnicos da ERP Portugal e da LG Portugal e terão mentoria
personalizada de acordo com as suas necessidades por parte da Startup Lisboa. Os três
vencedores serão, depois, escolhidos por um júri em que o primeiro classificado recebe
um prémio de quinze mil euros, o segundo 3500 euros e o terceiro 1500 euros.
Hugo Jorge, marketing director da LG Portugal, explica que a empresa e a ERP Portugal
realizaram o estudo Hábitos dos Portugueses em relação ao Lixo Eletrónico e que
«33,8% da população continua a não encaminhar os REEE o que se traduz em milhares
de toneladas de lixo eletrónico por reciclar». O responsável esclarece que «os
portugueses não sabem que muitos dos componentes são perigosos para a saúde
e para o ambiente quando não são desmantelados corretamente por entidades
especializadas e que, quando corretamente encaminhados, são quase 100% recicláveis,
podendo ganhar uma nova vida, poupando o uso de recursos naturais». É por isso que
as entidades decidiram «desafiar as empresas nacionais a apresentar ideias e projetos
que venham ajudar a dar resposta à problemática do e-waste». M.F.M.F.

O serviço de streaming vai lançar um
modo de reprodução apenas de áudio na
sua aplicação Android. A funcionalidade
foi descoberta numa actualização pelos
membros da XDA Developers, em
Outubro, e foi agora confirmada pelo site
Android Police. A novidade consiste num
botão ‘Video Off’, na parte superior do
ecrã, que aparece quando está em
full-screen, para que apenas se oiça
o conteúdo e se deixe de ver imagem. Em
alternativa, o utilizador poderá activar

o novo modo ‘Audio Only’ nas definições
da aplicação. Esta opção funcionará um
pouco como podcast e poderá ser uma
forma de reduzir o consumo de dados ou
de ouvir séries, em especial de stand-up
ou documentários, quando está a fazer
outra actividade. A reprodução áudio está
agora a ser lançada para alguns
utilizadores nos EUA e poderá demorar
algum tempo a chegar à Europa,
a Portugal e a outros dispositivos
não Android. M.F.

Os três vencedores do e-Waste Open Innovation
serão revelados no início de 2021.

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O SERVIÇO ESTÁ A PREPARAR
UM MODO ÁUDIO

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