THE SHOW
IS LOGGING ON
Desafortunadamente, a indústria cultural é uma, entre muitas
outras, que está a ser fortemente vergastada pelo estado
pandémico actual. Num ano, a todos os títulos
absolutamente miserável, consigo ainda vislumbrar alguns
aspectos positivos nos efeitos COVID-19 no País que somos
e que teima em sobreviver (na verdade, desde 1143 que
o fazemos quase na perfeição).
Não foi apenas o teletrabalho que forçou a sociedade a um
curso intensivo de adaptação tecnológica (e isso, só por si,
já tinha sido uma lufada de ar fresco na vida tecnológica
de milhares e milhares de portugueses). A Cultura, essa
massa resiliente por vezes tão abastardada pelo poder,
surpreendeu-me (surpreendeu-nos) de uma forma
espantosa. As companhias e os organismos que dependem
de receitas para poder funcionar, reinventaram-se.
Redescobriram-se. Foram à procura do oxigénio que dá pelo
nome de público. E, para isso, moveram montanhas, não
físicas, mas mentais.
Tenho, no meu papel de consultor, visto com espanto
e agrado gente que nunca quis verdadeiramente estar
por dentro dos sistemas de informação a aprender a editar,
a gravar, a emitir e a distribuir conteúdo cultural. Se, por
um lado, esse esforço foi reactivo, acredito que muito desse
conhecimento adquirido em ritmo intensivo ficará para
o sector como uma mais-valia. As coisas não regressarão
ao que era dantes. A indústria foi ao encontro do público,
deu-lhe a provar “doces” que nunca tinha demonstrado
saber fazer e isso, meus caros, não tem regresso.
Fico absolutamente siderado quando, no meu círculo
de amigos, me perguntam se determinado espectáculo em
cena num qualquer teatro está a disponibilizar bilhetes
remotos. Fico ainda mais agradado quando artistas
e promotores de espectáculos desenham obras
especificamente com a interacção humana em mente.
Não há regresso deste estado de coisas. Já ninguém se
satisfaz apenas com um simples stream, as pessoas querem
estar, querem sentir-se parte de um espectáculo sem
colocar a sua integridade em perigo.
Há poucos dias estreou em Lisboa um espectáculo de um
artista nacional em que dois terços da sala (que por razão
das restrições não pode efectivamente ser vendida) estará
sentada nos respectivos sofás das suas próprias casas... isto
é maravilhoso, por um lado: as lições que aprendemos
durante esta crise sanitária darão frutos, tornar-nos-ão mais
exigentes a consumir conteúdo. Quando a cortina fechar,
não serão apenas tecidos a mover-se sobre tábuas. Serão
centenas de licenças de Zoom e outros produtos que
terminarão as suas sessões.
Pedro Aniceto
[email protected]
PRAIA DAS MAÇÃS
7
GOOGLE ADQUIRE A NEVERWARE
E PERMITE A INSTALAÇÃO DO CHROME OS
EM COMPUTADORES ANTIGOS
A tecnológica comprou a Neverware,
que desenvolveu o software CloudReady
para transformar PC (com versões antigas
de Windows) e macOS em Chromebooks,
dando uma nova vida a equipamentos
que de outra forma estariam obsoletos.
O valor do negócio não foi revelado, mas
a Google já era investidora da startup,
tendo participado numa ronda de
financiamento de série B há três anos.
«A Neverware e a CloudReady vão
agora juntar-se à Google e à equipa
do Chrome OS», revelaram as empresas,
em comunicado. Outras das explicações
dadas é que, de momento, não há planos
para «alterações nos preços», nem
para a «extinção da versão gratuita»,
designada Home. A Google vai assim
tornar o CloudReady um lançamento
oficial do Chrome OS (com apoio técnico
incluído) e, além disso, é provável
que o CloudReady passe também
a permitir aplicações Android, o que
antes não era possível. M.F.
Muitas vezes, as publicações da rede
social de Jack Dorsey tornam-se virais
noutras plataformas e, por isso, o Twitter
quer facilitar as partilhas no Snapchat
e Instagram. Assim, o menu de partilha
passa a ter uma nova opção que permite
enviar um tweet directamente para
a câmara do Snap. A empresa vai testar
uma funcionalidade semelhante para as
Stories do Instagram. Com esta novidade,
quando um tweet é exportado para uma
rede externa, será mais semelhante ao
que aparece na aplicação e versão Web do
Twitter, em vez de ser uma imagem
estática. No Snapchat, o tweet estará
ligado ao original, o que poderá também
acontecer com a versão que está a ser
preparada para o Instagram. A nova forma
de partilha já está disponível para alguns
utilizadores iOS com o Snapchat e vai
chegar ao Android em breve, assim como
a versão Instagram. M.F.
TWITTER PERMITE PARTILHA DIRECTA
DE TWEETS NO SNAPCHAT E INSTAGRAM
A Neverware
foi fundada
em 2011
e lançou
o CloudReady
em 2015.