Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

Mudança em recebíveis deve estimular crédito com garantia


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Folhainvest
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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Autor: Isabela Bolzani


São Paulo - A tomada de recursos com garantia em
recebíveis tem atraído empresários que ainda não
conseguiram retomar o fluxo de caixa aos níveis pré-
pandemia -e deve se tornar uma alternativa ainda mais
viável com a implementação, pelo Banco Central, da
norma que reduz a trava bancária.


A norma que entraria em vigor na última quarta-feira
(17), no entanto, foi adiada para 7 de junho.


Trava bancária, também chamada de alienação
fiduciária de recebíveis, é uma alternativa de garantia
para operações financeiras entre bancos e empresas. O
mecanismo funciona assim: um lojista, por exemplo,
pode pedir um empréstimo e oferecer ao banco os
pagamentos que tem a receber por compras de cartão
de débito ou crédito em datas futuras como garantia.


Enquanto não quitar o empréstimo, esses valores a
receber (os recebíveis) não podem ser utilizados.


Com a nova regra, os registros dos recebíveis serão


centralizados e o lojista terá liberdade para negociá-los
como garantia de crédito em outras instituições que
ofereçam condições melhores, não só com a que ele
tem relacionamento.

"O momento presente é uma das piores fases que
vivemos até agora e, em um cenário como esse, o
empresário que não antecipar os pagamentos que tem a
receber tem muitas dificuldades em se bancar. Todo
mundo procura o melhor e, com essa abertura,
passamos a ter acesso a taxas melhores ou mesmo um
maior poder de negociação com os bancos", afirmou
Walter Luiz Gomes Junior, diretor do Sindilojas
(Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo) e
dono de duas empresas voltadas para eventos e
locação de vestidos de noiva.

O empresário chegou a conseguir recursos de linhas
oferecidas como medidas emergenciais do governo no
ano passado - um empréstimo do Pronampe (Programa
Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte) e dois empréstimos via Peac
Maquininhas (Programa Emergencial de Acesso a
Crédito na Modalidade de Garantia de Recebíveis) - ,
mas continua apoiando parte do fluxo de caixa mensal
na antecipação de recebíveis.

"Mesmo com o banco tirando uma boa parcela do total,
é uma saída mais fácil do que tentar levantar o valor
cheio por outra linha de crédito. Não é vantajoso, mas é
necessário. E quase todos os empresários que eu
conheço já fazem ou querem fazer o mesmo",
completou.

Por ser um crédito mais barato para o empresário e
mais confortável para a instituição financeira (que dilui o
seu risco de não receber o pagamento de uma parcela
de crédito por meio da liquidação da garantia), esses
empréstimos ganharam força ao longo do ano passado,
atingindo seu pico em março, início da pandemia -
foram R$ 31,1 bilhões concedidos só em linhas de
antecipação de recebíveis (quase o dobro do que o
registrado no mesmo mês de 2019).
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