Clipping Banco Central (2021-02-22)

(Antfer) #1

Auxílio surtirá efeito modesto na economia


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Economia
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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Autor: MARINA BARBOSA


A volta do auxílio emergencial vai ajudar milhões de
brasileiros a pagar as contas e a colocar comida na
mesa. Porém, diferentemente do que aconteceu no
início da pandemia do novo coronavírus, a liberação do
benefício não vai surtir o mesmo efeito na atividade
econômica. Analistas explicam que a medida não deve
evitar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste
início de ano; e falam até em uma recessão técnica
neste semestre, mesmo com o retorno da ajuda do
governo aos mais vulneráveis.


A nova rodada do auxílio emergencial foi acertada nos
últimos dias pelo governo federal com o Congresso
Nacional e tem provocado revisões nas projeções
econômicas deste ano. Afinal, em 2020, o benefício
elevou a renda, estimulou o consumo das famílias
brasileiras e, dessa forma, reduziu praticamente pela
metade o tombo do PIB do Brasil -- no início da
pandemia, organismos internacionais projetavam queda
de 9% da economia brasileira em 2020, mas esse
baque deve ficar perto dos 4,05%, conforme o Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Quem


já fez as contas do impacto econômico do novo auxílio
emergencial, no entanto, diz que a medida não terá um
efeito tão grandioso em 2021. Afinal, desta vez, o
programa será mais enxuto.

A ideia do governo é fazer um pente-fino no cadastro
dos 68 milhões de brasileiros que receberam o benefício
no ano passado para continuar pagando a ajuda só para
quem ainda precisa e, assim, gastar menos. Por isso, o
novo auxílio deve chegar a um público de 32 milhões a
40 milhões de pessoas por um período de quatro
meses, de março até junho, quando espera-se que o
avanço da vacinação permita a normalização da
economia brasileira. E o valor trabalhado pela equipe
econômica para o novo auxílio varia entre R$ 200 e R$
250, apesar de o Congresso Nacional querer levar a
cifra para mais perto dos R$ 300 ou até dos R$ 600
pagos em 2020. O custo total do programa, que chegou
a R$ 294 bilhões no ano passado, deve, portanto, ficar
próximo dos R$ 30 bilhões em 2021.

Por conta desse enxugamento do auxílio emergencial, a
XP Investimentos calcula que o programa vai provocar
um aumento de 1% na massa ampliada de rendimentos
do país neste ano, mas não vai compensar toda a perda
de renda ocasionada pela pandemia de covid-19, como
ocorreu em 2020. "Desta vez, não compensa tudo,
porque o desemprego ainda é elevado e o auxílio terá
um escopo bem mais limitado. Por isso, as famílias
devem sentir um impacto negativo na renda, mesmo
com a segunda rodada do auxílio emergencial", afirmou
a economista da XP Investimentos, Lisandra Barbero.

Muitos analistas acreditam, ainda, que boa parte desse
dinheiro não deve ser direcionado para o consumo.
Afinal, o auxílio será menor e deve chegar apenas em
março, quando muitos brasileiros já estarão há dois
meses sem ajuda do governo, sem trabalho e,
consequentemente, com mais dívidas para pagar.
"Quem mais precisa vai fazer o consumo de primeira
necessidade, mas, às vezes, até para fazer compras no
mercadinho é preciso pagar as dívidas primeiro. Então,
boa parte desses recursos deve ser usada para pagar
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